Jornal de Campinas

O professor de ontem

José Renato Nalini, secretário da Educação do Estado de São Paulo    
Todos tivemos professores que marcaram nossa vida. Os tempos eram de educação de berço. As mães propiciavam as regras de convívio com as quais chegávamos à escola. Escola como extensão do lar. Até com respeito maior. A professora era a autoridade a ser respeitada, reverenciada e amada. Com o passar dos anos, o professor viu que esse “currículo oculto”, responsabilidade do lar, mas principalmente da mãe, foi sendo negligenciado. O alegado traumatismo da criança fez os pais declinarem de insistir no respeito. Liberalidade, flexibilização das normas sociais, desapego à polidez. Tudo contribuiu para que o professor antigo se visse perplexo diante da realidade cotidiana. Por isso é que os pensadores precisam se preocupar com a formação do professor para o hoje e o amanhã. Muitos mestres há que, intuitivamente, foram aceitando a mutação, se ajustaram, ou procuraram conviver captando a simpatia do alunado. Outros ficaram assustados e não conseguiram enfrentar com tranquilidade esse verdadeiro tsunami no reino da civilidade. A valorização do Magistério é compromisso do Plano Estadual de Educação e será levada a sério, com o funcionamento da EFAP, a Escola de Formação e Atualização de Professores da Secretaria Estadual. Mas há ofertas na área privada. Uma delas é a pós-graduação em inovação educacional propiciada pelo Instituto Singularidades. Quem passar por esse curso terá o título de especialista em Formação Integral, Autoconhecimento, Habilidades Socioemocionais e Práticas Educacionais Inovadoras. Dois anos de duração e conteúdo com abordagem de diversos tipos de personalidade, neurociência, o papel do educador no século 21, exploração de todas as experiências bem sucedidas na área de ensino inovador. Sabe-se que o professor precisa ter inteligência emocional para o enfrentamento do desafio de nossas salas de aula. Ele era o senhor da sabedoria e agora é um coordenador, aquele que impulsiona o aluno para descobrir o conhecimento e extrair dele a análise crítica sem a qual ele não desabrochará para a vida. Isso não retira, ao contrário, estimula a participação da família. Esta é essencial na formação integral da criança. Tem de atuar para que o aluno veja na escola o momento privilegiado de aprender e no professor o amigo que o ajudará a descobrir o mundo. Estado, família e professor, juntos com a sociedade, podem transformar a educação brasileira no ideal com que sonhamos e temos todos o direito de sonhar.

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