Jornal de Campinas

Campinas registra aumento de 15% casos de trombose nos últimos anos

Casos também crescem no Brasil. Especialistas alertam para prevenção e tratamento em casos de trombose já diagnosticados

 

Casos de trombose tem aumentado divulgacao
Casos de trombose têm aumentado nos últimos anos/divulgação

 

trombose venosa profunda (TVP) é uma das principais causas de complicações cardiovasculares no Brasil. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), estima-se que cerca de 180 mil novos casos sejam registrados por ano no país, com impacto direto no aumento das internações hospitalares. Em Campinas, o cenário também preocupa. Dados do Departamento Regional de Saúde de Campinas (DRS-VII) indicam que, apenas em 2023, foram mais de 1,2 mil internações relacionadas a doenças venosas, incluindo casos de trombose, representando um crescimento de 15% em relação a 2021, por exemplo. O Hospital de Clínicas da Unicamp, referência na região, também tem registrado aumento de atendimentos relacionados à condição, principalmente em pacientes com histórico de obesidade, tabagismo e sedentarismo.

 

Entendendo a trombose

 

trombose ocorre quando há a formação de um coágulo sanguíneo que obstrui a circulação, geralmente nas veias profundas das pernas. Quando não tratada, pode evoluir para uma embolia pulmonar, condição potencialmente fatal.

 

Segundo a coordenadora do curso de Enfermagem do Centro Universitário Unimetrocamp Wyden, Andreia Ribeiro, a conscientização ainda é um dos maiores desafios. “A trombose é uma doença silenciosa. Muitas vezes o paciente só procura atendimento quando já sente dor intensa, inchaço ou alterações na pele. O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações graves, como a embolia pulmonar, que pode levar à morte”.

 

Fatores de risco

Entre os principais fatores associados à trombose estão:

  • Histórico familiar de doenças venosas;
  • Sedentarismo e longos períodos sentado, como em viagens ou no trabalho;
  • Uso de anticoncepcionais hormonais;
  • Tabagismo;
  • Obesidade;
  • Idade acima de 40 anos;
  • Cirurgias de grande porte e internações prolongadas.

 

Prevenção: pequenas atitudes fazem diferença

Para reduzir os riscos de trombose, especialistas recomendam hábitos simples, mas eficazes. A professora ressalta que a prevenção deve estar ligada a uma rotina saudável. “Manter-se ativo, evitar o tabagismo, hidratar-se adequadamente e adotar uma alimentação equilibrada são medidas fundamentais. Além disso, pessoas que trabalham muitas horas sentadas devem se levantar a cada duas horas para movimentar as pernas”. Entre as medidas de prevenção estão, por exemplo: pratica de atividade física regular; hidratação (Beber ao menos 2L de água por dia), evitar ficar muitas horas sem se movimentar (parado ou sentado); vestir roupas confortáveis e que não apertam e usar meias de compressão, quando recomendadas por profissionais de saúde.

 

Cuidados para quem já tem trombose

 

O tratamento envolve desde medicamentos anticoagulantes até medidas de controle contínuo. Para quem já foi diagnosticado, os cuidados incluem:

  • Uso correto dos anticoagulantes prescritos pelo médico;
  • Acompanhamento regular com angiologista ou vascular;
  • Manutenção de hábitos saudáveis;
  • Controle de doenças associadas, como hipertensão e diabetes.
  • Utilizar meias de compressão, quando recomendadas por profissionais de saúde.
  • Controle do peso.

 

Andreia reforça ainda que a adesão ao tratamento é determinante. “O paciente que já teve trombose precisa entender que a doença exige acompanhamento contínuo. Interromper o uso dos medicamentos por conta própria ou descuidar das orientações médicas pode gerar uma reincidência ainda mais grave”.

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