No Dia Mundial do Alzheimer, especialistas reforçam que cuidados com a higiene oral podem ajudar a retardar a progressão da doença
Celebrado em 21 de setembro, o Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença de Alzheimer chama a atenção para a importância da prevenção e do cuidado com a saúde. Pesquisas recentes mostram que a falta de higiene bucal pode acelerar a progressão de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.
A Dra. Sandra Sapienza, cirurgiã-dentista especializada em Promoção da Saúde pela Faculdade de Saúde Pública USP e adepta do Protocolo GBT (Guided Biofilme Therapy), da EMS (Electro Medical System), destaca que inflamações crônicas na boca, como a periodontite, estão associadas ao aumento de marcadores inflamatórios no organismo, impactando diretamente o sistema nervoso central. “Estudos indicam que bactérias como a Porphyromonas gingivalis e o Treponema denticola, comuns em quadros de periodontite, já foram identificadas nos cérebros de pacientes com Alzheimer, evidenciando a relação entre as enfermidades”, afirma. Desde 1992, mais de 450 pesquisas publicadas na base PubMed reforçam essa conexão entre saúde bucal e doenças neurodegenerativas.
Os dados são preocupantes, mas há uma boa notícia: a periodontite é considerada um fator de risco modificável. “Manter a saúde bucal em dia, adotando práticas preventivas, pode ajudar a retardar o aparecimento dos sintomas do Alzheimer”, acrescenta a especialista.
Como cuidar melhor da saúde bucal para reduzir riscos?
- Higiene diária completa: escovar os dentes pelo menos três vezes ao dia, usar fio dental e realizar a limpeza da língua.
- Vedamento labial e respiração nasal livre evitando a respiração bucal, e a proliferação de bactérias nocivas pela secura oral.
- Acompanhamento odontológico regular: visitas semestrais ao dentista ajudam a identificar inflamações precocemente.
- Protocolos modernos e avançados de profilaxia, como a Guided Biofilm Therapy (GBT), promovem uma limpeza profunda e confortável, eficaz na redução da inflamação bucal.
- Hábitos saudáveis: alimentação rica em antioxidantes, prática de atividade física e boa qualidade do sono contribuem para reduzir inflamações no corpo.

Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), mais de 1,7 milhão de brasileiros vivem com a doença, sendo que cerca de 70% ainda não possui diagnóstico, que representa a forma mais comum de demência no mundo. Para pacientes e cuidadores, a mensagem é clara: cuidar da saúde bucal não é apenas uma questão estética, mas um passo essencial para a saúde cerebral e para retardar o avanço de doenças neurodegenerativas.