Jornal de Campinas

Campinas comemora 251 anos com entrega do CCC e outras atividades

Campinas chega aos 251 anos neste dia 14 de julho de 2025 celebrando não apenas sua história da metrópole referência no Estado de São Paulo, com população de 1.185.977 habitantes, segundo o CENSO, – importante polo financeiro de ciência, tecnologia e saúde -, como também festeja uma série de conquistas recentes, que pretendem redefinir sua paisagem cultural e urbana. Para comemorar a data, a Prefeitura de Campinas programou uma série de atrações artísticas e gastronômicas, que foram desenvolvidas ao longo da semana de aniversário.

 

Reabertura do teatro interno para convidados/Crédito: Lázara Paes Leme

Um dos marcos mais aguardados foi a reabertura do Centro de Convivência Cultural (CCC) “Carlos Gomes”, no bairro Cambuí, que estava interditado desde 2011 por problemas estruturais e agora renasce modernizado como símbolo de revitalização e resistência cultural. Após quase 14 anos fechado, o complexo, localizado no coração do Cambuí, passou por uma ampla reforma geral em duas etapas, somando mais de R$ 60 milhões em investimentos. As obras incluíram intervenções estruturais, modernização elétrica, hidráulica, cenotécnica, automação de som e luz, climatização e total acessibilidade, consolidando o espaço como um dos mais bem equipados teatros de arena e multiusos do país. Em julho, às vésperas do aniversário da cidade, a prefeitura entregou oficialmente o equipamento reformado, apresentando, no dia 10 de julho, o teatro interno – Luis Otávio Burnier – para convidados e imprensa. Na sequência, em 12 de julho, ofereceu um concerto especial de aniversário com a Orquestra Sinfônica de Campinas no Teatro de Arena Teresa Aguiar, reocupado pelo público de 7 mil pessoas pela primeira vez em mais de uma década.

Reinauguração teatro Luis Otávio Burnier/Crédito fotos: Lázara Paes Leme
CCC-Fachada

 

Ajustes

Apesar do clima de comemoração, a reabertura não passou sem controvérsia: a instalação de um cercamento metálico de dois metros de altura em torno do prédio gerou protestos e dividiu opiniões. Populares manifestantes, urbanistas e vereadores contrários à medida consideraram o gradil um retrocesso urbanístico e um obstáculo ao uso democrático do espaço público. A administração municipal, por sua vez, defendeu a grade como estratégia de preservação contra vandalismo e degradação, ressaltando que o projeto foi aprovado pelos conselhos de patrimônio e segue normas técnicas, garantindo 19 portões de acesso ao público. A gestão municipal também prometeu manter o Centro de Convivência aberto todos os dias, das 8h às 19h, estimulando o uso democrático do espaço para as mais diversas manifestações artísticas, a feira hippie tradicional no entorno, ensaios da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas (OSMC) e a instalação de um novo café no complexo. Nesta fase inicial da reabertura, a programação ainda está em fase de elaboração e inclui alguns eventos testes.

 

O investimento no Centro de Convivência se soma a outras iniciativas de revitalização nos 251 anos e Campinas também reinaugurou, em março de 2025, o Túnel da Estação Cultura, que liga o Centro à Vila Industrial, com obras de recuperação que devolveram segurança e visibilidade ao acesso histórico, além de projetos de requalificação no centro urbano e incentivos como a Lei do Retrofit para estimular reformas de prédios antigos. A recuperação do Prédio do Relógio também merece destaque. O espaço já vem sendo utilizado na realização de eventos de vulto para a cidade.

Embora o teatro interno com 530 lugares ainda precise de obras finais e só deva abrir em 2026, a reativação do teatro de arena já devolve vida a um dos principais palcos da arte local, abrigando a Orquestra Sinfônica com nova sala de ensaios isolada e climatizada.

Em meio a protestos e celebrações, o aniversário de 251 anos simboliza esse paradoxo: uma cidade que quer se afirmar como polo cultural moderno, mas ainda busca soluções para equilibrar preservação, acesso democrático e segurança. Ao retomar um equipamento icônico, Campinas sinaliza para o futuro sua aposta em cultura como motor de identidade e desenvolvimento, mostrando que, mesmo com tensões, a arte e o diálogo seguem como caminho para uma cidade mais viva e plural.

 

Read Previous

Artigo André Naves: Nova lei endurece punições por maus-tratos contra idosos e pessoas com deficiência