Jornal de Campinas

Brasil desponta no cenário mundial como modelo de residência médica em Mastologia

Medicina brasileira esta avancada em tratamento de mama Imacniak 1

Medicina brasileira atrai residentes/ macniak

 

O Brasil desponta no cenário mundial com um modelo de residência médica em Mastologia que o diferencia das formações oferecidas nos Estados Unidos e em países da Europa. No Brasil, os mastologistas, após seus dois anos de formação, são habilitados a tratar o câncer de mama e a realizar também cirurgias reconstrutivas e oncoplásticas em todos os níveis de complexidade. A relevância dessa formação é abordada em um estudo coordenado pelo mastologista José Pereira Guará, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Maranhão, publicado em uma importante revista internacional sobre experiências educacionais inovadoras.

 

O estudo “Da mastectomia à reconstrução: programas de residência médica transformando o tratamento do câncer de mama”, divulgado pela Educación Médica, revista dedicada à divulgação de iniciativas educacionais para aprimoramento do progresso científico e da qualidade em educação médica, foi conduzido por José Pereira Guará com a participação das pesquisadoras Alcione Miranda dos Santos e Rosângela Fernandes Lucena Batista, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

 

A crescente demanda global por terapias especializadas para câncer de mama tem impulsionado a evolução do tratamento cirúrgico, cada vez mais diversificado e complexo, englobando desde procedimentos conservadores simples até diversas estratégias combinadas de reconstrução mamária. No entanto, o treinamento em cirurgia mamária é altamente heterogêneo em todo o mundo, com programas distintos de formação e níveis variados de proficiência.

 

Nos Estados Unidos e em países da Europa, essas cirurgias, em geral, são realizadas por ginecologistas, cirurgiões oncológicos e cirurgiões gerais que integram equipes de múltiplas especialidades. “No Brasil, além de ser reconhecida como especialidade responsável pelo tratamento de doenças da mama, a Mastologia conta com um programa de residência médica específico para profissionais que concluíram treinamento em Cirurgia Geral ou Obstetrícia e Ginecologia, com duração de dois anos e formação que inclui competências clínicas, diagnósticos por imagem, realização de cirurgias em todos os níveis de complexidade para o tratamento de doenças benignas, mas especialmente de doenças malignas da mama”, diz Guará. “Isso inclui não somente o tratamento do câncer de mama, mas também as cirurgias reconstrutivas e oncoplásticas”, completa.

 

Com dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), a pesquisa publicada na Educación Médica analisou 244.538 procedimentos cirúrgicos para tratamento do câncer de mama nos anos de 2014 a 2024 realizados em 943 hospitais, dos quais 48 dispunham de programas de residência médica em Mastologia.

 

Com abrangência nacional, a pesquisa demonstrou que ao longo dos anos, mesmo com a pandemia de Covid-19, os hospitais com programa de residência médica em Mastologia realizaram, proporcionalmente, mais cirurgias reconstrutivas da mama do que instituições sem programa de formação.

 

Embora os hospitais com programas de residência em Mastologia representem menos de 5% de todas as instituições que realizam cirurgias de mama no Brasil, entre 2014 e 2024 foram responsáveis por pelo menos um quarto de todas as cirurgias de mama em todo o País.

 

Além do treinamento cirúrgico em reconstrução oferecido nos programas de residência em Mastologia, cursos especializados de cirurgia oncoplástica expandiram significativamente as técnicas reconstrutivas em todo o território nacional. Nesses cursos, muitos instrutores são afiliados a programas de residência em Mastologia, o que contribui diretamente para o aumento do número de procedimentos realizados nos hospitais do SUS.

 

“Os investimentos direcionados à residência médica em Mastologia têm demonstrado no cenário nacional que o programa merece cada vez mais relevância por oferecer um tratamento muito mais complexo e com melhores resultados do ponto de vista estético e funcional para a paciente com câncer de mama”, conclui José Pereira Guará.

 

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