Jornal de Campinas

Cerca de 400 painéis nas rodovias paulistas divulgam a campanha Janeiro Roxo-Todos contra a Hanseníase

Campanha tem paineis informativos nas rodovias da CCR-AutoBan_Divulgação

Campanha Todos contra a Hanseníase vai até 31 de janeiro com ações educativas para motoristas

Quem circula pelas rodovias paulistas vê a seguinte mensagem nos painéis das concessionárias:

Janeiro Roxo – Todos Contra a Hanseníase
Dormências na pele – pode ser hanseníase

A ARTESP-Agência de Transporte do Estado de São Paulo e concessionárias mais uma vez apoiam a campanha “Janeiro Roxo – Todos contra a Hanseníase”, realizada em todo o país pela Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH). O objetivo é alertar os motoristas e usuários sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce da hanseníase, doença transmitida pelo bacilo de Hansen que afeta os nervos, mas tem tratamento gratuito e pode ser curada.

 

A campanha “Todos Contra a Hanseníase” acontece durante o ano inteiro, mas é intensificada durante o primeiro mês do ano, oficializado pelo Ministério da Saúde como Janeiro Roxo, para conscientização sobre a doença. A SBH é parceira oficial da ação global NTD World Day-Neglected Tropical Diseases World Day, que acontece em todo o mundo (worldntdday.org).

 

Alguns pontos das estradas paulistas farão distribuição da cartilha “Todos contra a Hanseníase” para usuários. A cartilha também pode ser acessada no site da Sociedade Brasileira de Hansenologia.

Cenário da hanseníase no Brasil

 

22.773 novos doentes foram diagnosticados no Brasil em 2023, segundo o último boletim epidemiológico da OMS, um aumento de 4% em comparação com 2022. O país é o 2º país em números absolutos de casos – perde apenas para a Índia. Porém, o Brasil já é o 1º no mundo em taxa de detecção, que é o percentual de casos novos diagnosticados a cada 100.000 habitantes. Além disso, mais de 90% dos diagnósticos das Américas estão no Brasil.

 

A doença tem cura e tratamento gratuito em todo o território nacional. O diagnóstico é clínico, ou seja, o paciente apresenta um conjunto de sinais e sintomas que podem ser identificados em consulta médica. Em tratamento, o doente deixa de transmitir a hanseníase.

 

Como o bacilo agride os nervos, o paciente o apresenta neurodegeneração periférica, com alteração de sensibilidade na pele e diminuição de força na face, mãos e pés, que podem ser acompanhados de manchas irregulares avermelhadas ou esbranquiçadas pelo corpo. Em algumas áreas da pele pode haver perda de pelos, diminuição e até perda total de sensibilidade com ausência total ou parcial de suor, entre outros sintomas. A hanseníase é, comumente, confundida com outras doenças, como artrite, artrose, fibromialgia etc., e, por isso é importante procurar um médico ao suspeitar da doença.

 

O número de crianças menores de 15 anos com hanseníase é preocupante – como a doença demora alguns anos para se manifestar, esses casos sinalizam que as crianças estão sendo contaminadas muito cedo, por pessoas com hanseníase e sem tratamento.

 

Nos últimos anos, a SBH tem acompanhado aumento substancial de novos diagnósticos em localidades brasileiras com hansenólogos atuando e onde são feitas ações de capacitação de profissionais de saúde para diagnóstico e tratamento da hanseníase, o que comprova o cenário de endemia oculta da doença. Foi o que ocorreu em Jardinópolis, Tambaú e Ribeirão Preto, interior paulista, que tem um dos maiores índices de hanseníase no estado de São Paulo. E também no estado do mato Grosso, onde foram formados 37 novos hansenólogos nos últimos dois anos.

 

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