Lázara Paes Leme 
Dr. André Sasse e Dr.Vinícius Conceição/Divulgação
Estimativa do Ministério da Saúde é de que 70% dos homens brasileiros só vão regularmente aos médicos acompanhados das mulheres; público masculino é mais suscetível aos tipos de tumores evitáveis
O dia 15 de julho vem se popularizando aos poucos, mas há 25 anos tem a missão de conscientizar os homens sobre a importância do cuidado com a saúde. O Dia do Homem foi instituído em 1999 e ainda hoje, no Brasil, os homens vivem cerca de sete anos a menos que as mulheres e uma das causas mais frequentes, de acordo com um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é a falta de acompanhamento médico, já que 30% dos homens não têm o hábito de se consultarem regularmente. O mais curioso é que 70% dos homens só vão ao médico regularmente acompanhados pelas mulheres e por insistência delas. Para os oncologistas do Grupo SOnHe, essa estatística está mais do que comprovada no dia a dia do consultório, como explica André Sasse, CEO do Grupo. “Os próprios pacientes confirmam que quem agenda as consultas para eles são as mulheres. Além de acompanham as consultas, elas sabem exatamente o passo a passo do tratamento. Eu diria que isso acontece com 90% dos pacientes”, conta Sasse.
O Ministério da Saúde estima que três em cada dez homens não tenham o hábito de ir ao médico. Uma pesquisa, realizada pelo Centro de Referência em Saúde do Homem, mostra que mais da metade dos pacientes do sexo masculino só procura atendimento médico em casos de problemas de saúde avançados, o que resulta num tratamento mais longo e com menores chances de cura, como no caso do câncer. A saúde mascuIina ainda é considerada tabu e é justamente por esse motivo que as mulheres têm um papel tão importante nesse cuidado, como explica André Sasse. “Todos nós conhecemos um pai, um tio, um avô, um irmão ou até um marido que não se permitem ficar doentes e quando ficam, ignoram os sintomas. É histórico e não podemos fechar os olhos para essa realidade. Precisamos educar os homens a cuidarem da própria saúde”, explica o médico.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), cerca de 225 mil homens são diagnosticados com câncer todos os anos no Brasil, desconsiderando o câncer de pele, que é o mais frequente no país. Os cinco principais tipos de tumor em homens são o de próstata; colorretal; pulmão; estômago; cavidade oral. Vinícius Conceição, oncologista clínico e sócio do Grupo SOnHe, reforça a necessidade de um comprometimento maior do público masculino com a própria saúde. “Um acompanhamento de rotina garante que medidas de prevenção sejam tomadas e uma pronta atuação diante de um diagnóstico precoce, oferecendo mais qualidade de vida ao paciente”, alerta o médico.
A conscientização sobre a saúde masculina pode ser dividida em etapas e a primeira é relacionada ao estilo de vida. Tabagismo, etilismo e falta de atividade física regular são hábitos que precisam ser erradicados. O segundo passo é aliar o novo estilo de vida ao cuidado preventivo, como as visitas regulares aos médicos e a realização de exames de rotina, como explica André Sasse. “É um ciclo vicioso do bem! Quanto mais a gente adere ao novo estilo de vida, mais a gente quer cuidar da nossa saúde”, reforça o CEO do Grupo SOnHe.
Em Campinas, os três tipos mais incidentes de câncer em homens, excluindo o câncer de pele, de acordo com o relatório da DEVISA de novembro de 2023, do total de homens diagnosticados com câncer, são:
- Próstata: 30%
- Colorretal: 11,4%
- Pulmão: 6,6%
Dos 3 tipos, o câncer de pulmão é o que possui a maior taxa de mortalidade. Portanto, é fundamental que os homens se conscientizem sobre a importância do autocuidado, que envolve novos hábitos de vida, como alimentação saudável e balanceada, sono de qualidade, atividade física regular, evitar o cigarro e o álcool e respeitar a rotina de visitas médicas e exames preventivos.
