Exames oftalmológicos regulares são importantes para diagnosticar precocemente e tratar a retinopatia diabética/Divulgação
Cada vez mais a população se conscientiza da gravidade da diabetes. Já se foi o tempo em que era tratada apenas como uma doença que não se pode comer doces. Entre as falências que ela pode gerar no organismo está a perda da visão, mas, infelizmente, a conscientização não tem reduzido o número de diagnósticos.
Nos últimos anos, registra-se um aumento alarmante no número de diabéticos no Brasil e no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 400 milhões de pessoas em todo o planeta têm diabetes, e esse número está em constante crescimento. No Brasil, mais de 12 milhões de pessoas vivem com a doença, de acordo com o Ministério da Saúde.
Fatores socioeconômicos, demográficos, ambientais e genéticos impulsionam a crescente prevalência de diabetes no mundo. Segundo a oftalmologista Dra. Ana Cristina Holanda, da Holanda Oftalmologia, a elevação contínua nos casos se deve, em grande parte, ao aumento do diabetes tipo 2 e dos fatores de risco relacionados, que incluem níveis altos de obesidade, dietas não saudáveis e falta de atividade física.
A diabetes pode ter um impacto significativo na visão e, em casos graves, leva à cegueira. A Dra. Ana Cristina Holanda destaca a necessidade urgente de conscientização sobre a relação entre diabetes e a saúde ocular. “A diabetes é uma doença crônica que afeta a maneira como o corpo processa a glicose. É fundamental que os diabéticos entendam como a doença pode afetar sua visão e saibam como prevenir danos oculares”.
Como a diabetes afeta a visão
A diabetes pode afetar a visão de diversas maneiras. A complicação ocular mais comum é a Retinopatia Diabética, que danifica os vasos sanguíneos da retina, o tecido sensível à luz no fundo do olho. À medida que a retinopatia diabética progride, ela pode levar à perda de visão e, em casos extremos, à cegueira.
A oftalmologista explica: “A retinopatia diabética é muitas vezes assintomática em seus estágios iniciais, o que a torna ainda mais perigosa. Os pacientes podem não perceber os problemas oculares até que a doença esteja avançada. Portanto, é crucial realizar exames oftalmológicos regulares para diagnosticar precocemente e tratar a retinopatia diabética”.
De acordo com a especialista, 75% dos portadores de diabetes apresentam algum grau de retinopatia diabética quando atingem a marca de cinco anos de convívio com a doença.
Prevenção, exames e tratamentos
A prevenção desempenha um papel crucial na saúde ocular dos diabéticos. A Dra. Ana Cristina enfatiza que “manter os níveis de açúcar no sangue sob controle, monitorar a pressão arterial e seguir uma dieta saudável são medidas fundamentais para precaver problemas oculares associados à diabetes.”
Além disso, exames oftalmológicos regulares são essenciais. A oftalmologista recomenda que os diabéticos realizem pelo menos um exame de fundo de olho anualmente para acompanhar a saúde da retina.
No que diz respeito às terapias, existem várias opções disponíveis para ajudar a preservar a visão em pacientes com retinopatia diabética. A Dra. Ana Cristina ressalta que “o tratamento pode envolver laser, injeções intravítreas e, em casos avançados, cirurgia. A detecção precoce e o tratamento oportuno são fundamentais para evitar danos permanentes à visão”.
Oftalmologista há 30 anos pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, com doutorado na USP de Ribeirão Preto-SP, a médica Ana Cristina Lavor Holanda de Freitas especializou-se em retina e Retinopatia da Prematuridade. Diretora e oftalmologista na Holanda Oftalmologia e oftalmologista na Maternidade de Campinas.