Jornal de Campinas

Especialista alerta para os riscos do tempo seco para os idosos

Idosos precisam ficar atentos aos riscos do tempo seco Divulgacao

Idosos precisam ficar atentos aos riscos do tempo seco/Divulgação

tempo seco

Setembro de 2025 marca a transição do inverno para a primavera com uma mistura de tempo seco e altas temperaturas, principalmente no interior do estado de São Paulo durante a primeira quinzena do mês. Segundo a Dra. Maria Kassab, infectologista do laboratório DMS Burnier, essa combinação de calor e baixa umidade do ar, agravada pela poluição, representa um alerta, podendo causar e agravar problemas de saúde, especialmente para a população idosa, que é mais vulnerável.

 

“O ressecamento da pele e das mucosas (nariz, olhos e garganta) é um dos problemas mais comuns, podendo resultar em sangramentos nasais e irritações. Além disso, o risco de desidratação aumenta consideravelmente, visto que a sensação de sede tende a diminuir com a idade, enquanto a perda de líquidos é acelerada pelo calor”, diz.

 

Para entender o porquê desse impacto, a especialista explica que o principal desafio está na capacidade reduzida do corpo de se adaptar às mudanças ambientais. “O mecanismo de termorregulação do corpo se torna menos eficiente com o envelhecimento, tornando o idoso mais suscetível a condições como a hipertermia e a desidratação”.

 

A doutora ainda ressalta que as condições climáticas atuais podem agravar complicações respiratórias pré-existentes, como asma e bronquite. “A poluição e a poeira, que se concentram mais no ar seco, irritam as vias aéreas e podem provocar crises”, alerta. Por isso, ela reforça que pacientes com asma e bronquite devem sempre manter o tratamento contínuo das medicações orais ou inalatórias prescritas por seus médicos, mesmo que se sintam bem.

 

Diante desse cenário, medidas preventivas são essenciais para garantir o bem-estar dos idosos. Confira abaixo dicas importantes:

 

Hidratação constante: A principal recomendação é incentivar o consumo de líquidos, mesmo sem sentir sede. A água é fundamental, mas sucos naturais e chás de ervas também contribuem. Uma estratégia eficaz é manter uma garrafa de água sempre por perto, à vista e ao alcance do idoso, para lembrá-lo de beber.

Umidificação do ambiente: O uso de umidificadores de ar é uma ótima maneira de combater o ar seco, principalmente nos quartos, durante a noite. Para quem não tem o aparelho, uma toalha molhada ou um recipiente com água no cômodo já ajuda a melhorar a qualidade do ar.

Cuidados com a respiração e a pele: É crucial evitar saídas nos horários de pico de calor e poluição, geralmente entre 10h e 16h. Além disso, recomenda-se o uso de soro fisiológico nas narinas para mantê-las hidratadas e a aplicação de hidratantes na pele.

Alimentação adequada: Incluir na dieta alimentos ricos em água, como frutas (melancia, melão, morango) e vegetais (pepino, alface), contribui significativamente para a hidratação do organismo.

Monitoramento da saúde: É importante ficar atento a sinais como tontura, dor de cabeça, boca seca, urina escura ou redução da frequência urinária, que podem indicar desidratação. Nesses casos, a busca por atendimento médico e a realização de exames laboratoriais são fundamentais para um diagnóstico preciso e para a definição do tratamento adequado. Também é essencial verificar se a carteira vacinal está atualizada. Vacinas como a da influenza, COVID-19, sincicial respiratório e pneumocócica devem estar em dia para proteger a saúde das vias respiratórias.

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