
Colocar porções menores de alimento na boca e mastigar de 15 a 20 vezes para a melhor digestão/Divulgação
A mastigação é o primeiro passo no processo digestivo e desempenha um papel crucial na saúde geral do indivíduo. Uma mastigação ineficiente, caracterizada pela trituração inadequada dos alimentos devido à falta de dentes ou ao hábito de comer rapidamente, pode acarretar diversos problemas de saúde a longo prazo.
Um estudo publicado na Ciência & Saúde Coletiva revelou que aproximadamente um terço dos adultos entrevistados relataram dificuldades na mastigação devido a problemas dentários ou com próteses. Essas dificuldades podem levar a restrições alimentares e impactar negativamente a qualidade de vida dos indivíduos.
Quando os alimentos não são devidamente triturados, o estômago é sobrecarregado, recebendo pedaços maiores que dificultam a digestão e a absorção de nutrientes essenciais. Além disso, a má mastigação pode levar a problemas gástricos e nutricionais, que afetam o bem-estar geral.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2019 revelam que 14 milhões de brasileiros acima de 18 anos perderam todos os dentes, enquanto 34 milhões perderam 13 dentes ou mais.
A perda dentária é uma das principais causas da mastigação inadequada. Cada dente possui uma função específica: os dentes anteriores são responsáveis por cortar os alimentos, enquanto os posteriores têm a função de triturá-los. A ausência de um ou mais dentes compromete essa harmonia funcional, levando os dentes remanescentes a se movimentarem para fechar os espaços vazios, o que pode resultar em uma mordida desequilibrada. Esse desequilíbrio não apenas afeta a eficiência mastigatória, mas também pode causar alterações estéticas, impactando a autoestima e a saúde emocional do indivíduo.
A Dra. Adriele Cristina Stein, dentista da Oral Sin, maior rede de clínicas de implante dentário do país, ressalta: “A mastigação é fundamental não apenas para a digestão, mas para a saúde como um todo. Negligenciar a perda de um dente, achando que os demais compensarão, é um equívoco que pode levar a sérias consequências funcionais e estéticas.”
Para melhorar a eficiência da mastigação, a dentista recomenda adotar algumas práticas, como:
- Colocar porções menores de alimento na boca: é uma prática simples, mas essencial para melhorar a eficiência da mastigação, facilita a trituração e traz saciedade;
- Mastigar de forma equilibrada dos dois lados da boca; A mastigação unilateral sobrecarrega os músculos de um único lado do rosto, o que pode causar dores na mandíbula, estalos ao abrir a boca e até mesmo assimetrias faciais. Alternar os lados ajuda a equilibrar a força muscular, previne o desgaste desigual dos dentes e evita dores e tensões na mandíbula;
- Mastigar cada porção entre 15 e 20 vezes, garantindo que o alimento esteja bem triturado e misturado à saliva antes de ser engolido: esse hábito melhora a absorção de nutrientes, ajuda no controle do peso previne problemas bucais e musculares e reduz gases e inchaço abdominal;
- Prefira alimentos de diferentes texturas: comer alimentos mais fibrosos, como frutas e legumes crus, fortalece os músculos da mastigação e estimula a produção de saliva, essencial para a digestão.
- Mantenha a saúde bucal em dia: consultas regulares ao dentista ajudam a corrigir problemas dentários que podem prejudicar a mastigação, como desalinhamento dos dentes, cáries ou próteses mal ajustadas.
“O dentista é o profissional mais qualificado para diagnosticar e tratar problemas relacionados à mastigação inadequada. Consultas regulares permitem a identificação precoce de possíveis complicações e a adoção de medidas preventivas adequadas”, afirma a Dra. Adriele. Investir na saúde bucal é essencial para garantir uma qualidade de vida elevada, prevenindo problemas digestivos, nutricionais e emocionais decorrentes de uma mastigação ineficiente.