Jornal de Campinas

Espetáculo com Vera Holtz tem três apresentações no Teatro Castro Mendes de 21 a 23 de fevereiro

Teatro Castro Mendes_fachada_Arquivo PMC

Vera Holtz traz ao palco todo seu talento e versatilidade/Crédito Divulgação BR Produtora

 

O premiado monólogo Ficções, estrelado por Vera Holtz, terá três apresentações em Campinas, –  dias 21, 22 e 23 de fevereiro -, no Teatro Municipal José de Castro Mendes. Com mais de 23 milhões de cópias vendidas em todo o mundo, o livro Sapiens – uma breve história da humanidade, do professor e filósofo Yuval Noah Harari, é o ponto de partida para o espetáculo Ficções, idealizado pelo produtor Felipe Heráclito Lima e escrito e encenado por Rodrigo Portella.

 

Publicado em 2014, o livro de Harari afirma que o grande diferencial do homem em relação às outras espécies é sua capacidade de inventar, de criar ficções, de imaginar coisas coletivamente e, com isso, tornar possível a cooperação de milhões de pessoas – o que envolve praticamente tudo ao nosso redor: o conceito de nação, leis, religiões, sistemas políticos, empresas etc. Mas também o fato de que, apesar de sermos mais poderosos que nossos ancestrais, não somos mais felizes que esses. Partindo dessa premissa, o livro indaga: estamos usando nossa característica mais singular para construir ficções que nos proporcionem, coletivamente, uma vida melhor?

 

É um livro que permite uma centena de reflexões a partir do momento em que nos pensamos como espécie e que, obviamente, dialoga com todo mundo. Acho que esse é o principal mérito da obra dele.”, analisa Felipe H. Lima, que comprou os direitos para adaptar o livro para o teatro em 2019.

 

Instigado pelas questões trazidas pelo livro e pela inevitável analogia com as artes cênicas – por sua capacidade de criar mundos e narrativas – o encenador Rodrigo Portella criou um jogo teatral em que a todo momento o espectador é lembrado sobre a ficção ali encenada: “Um dos principais objetivos é explorar o sentido de ficção em diversas direções, conectando as realidades criadas pela humanidade com o próprio acontecimento teatral”, resume.

 

Quando foi chamado para escrever e dirigir, Rodrigo imaginou que iria pegar pedaços do livro para transformar em um espetáculo: “Ao começar a ler, entendi que não era isso. Era preciso construir uma dramaturgia original a partir das premissas do Harari que seriam interessantes para a espetáculo. Em nenhum momento, no entanto, a gente quer dar conta do livro na peça. Na verdade, é um diálogo que a gente está estabelecendo com a obra”, enfatiza. A estrutura narrativa foi outro ponto determinante no propósito do espetáculo: “Eu queria fazer uma peça que fosse espatifada, não é aquela montagem que é uma história, que pega na mão do espectador e o leva no caminho da fábula. Quis ir por um caminho onde o espectador é convidado, provocado a construir essa peça com a gente. É uma espécie de jam session. É uma performance em construção, Vera e Federico brincam com tudo, com os cenários, tem uma coisa meio in progress”, descreve.

 

Para a empreitada, Rodrigo contou com a interlocução dramatúrgica de Bianca Ramoneda, Milla Fernandez e Miwa Yanagizawa: “Mesmo sem colaborar diretamente no texto, elas foram acompanhando, balizando a minha criação, foram conversas que me ajudaram a alinhar a direção, o caminho que daria para o espetáculo”, conta.

 

Vera Holtz se desdobra em personagens da obra literária e em outras criadas por Rodrigo, canta, improvisa, “conversa” com Harari, brinca e instiga a plateia, interage com o músico Federico Puppi – autor e performer da trilha sonora original, com quem divide o palco. Em outros momentos, encarna a narradora, às vezes é a própria atriz falando. “Eu gosto muito desse recorte que o Rodrigo fez, de poder criar e descriar, de trabalhar com o imaginário da plateia”, destaca Vera. “O desafio é essa ciranda de personagens, que vai provocando, atiçando o espectador. Não se pode cristalizar, tem que estar o tempo todo oxigenada”, completa. Rodrigo concorda: “É um espetáculo íntimo, quem for lá vai se conectar com a Vera, ela está muito próxima, tem uma relação muito direta com o espectador”.

 

 

Vera Holtz

 

Vera Holtz nasceu em Tatuí, interior de São Paulo, onde iniciou seus estudos nas artes através da música e artes plásticas. Na década de 70, após um breve período na EAD-USP, foi para o Rio de Janeiro, onde seguiu seus estudos e estreou em 1979 com a peça Rasga coração, de Oduvaldo Vianna Filho, com direção de José Renato – a primeira peça liberada pela censura, durante o regime militar. Vera possui um vasto currículo composto por trabalhos em TV, teatro e cinema. Vinte e oito vezes indicada, em 1985 ganhou o Prêmio Mambembe de Melhor Atriz pela peça infantil Astrofolia. Em 1989, ganhou o Prêmio Shell de Melhor Atriz pela peça Um certo Hamlet. Com a peça Pérola, de Mauro Rasi, que ficou cinco anos em cartaz e foi vista por cerca de 200 mil pessoas, Vera conquistou quatro importantes prêmios nacionais na categoria de melhor atriz: Mambembe, Shell, Sharp e APETESP. Em 2007, ganhou o Prêmio Mambembe de Melhor Atriz Coadjuvante por sua atuação na novela Paraíso Tropical, de Gilberto Braga e Ricardo Linhares. Estreou como diretora teatral em 2010, com Guilherme Leme, na peça O Estrangeiro, de Albert Camus, monólogo adaptado pelo dramaturgo dinamarquês Morten Kirkskov.

 

SERVIÇO

 

Local: Teatro Castro Mendes

Endereço: Rua Conselheiro Gomide, 62 – Vila Industrial – Campinas/ SP

Data: 21, 22 e 23 de fevereiro de 2025

Horários: sexta e sábado às 20h / domingo às 18h

Ingressos:

Plateia: R$160 inteira/R$80 meia

Balcão: R$42 inteira/R$21 meia (Preços populares limitados a 20% da lotação do teatro)

Vendas na bilheteria do teatro e online: https://teatrocastromendes.com.br

Formas de Pagamentos aceitas na bilheteria: todas

Classificação: 12 anos

Duração: 80 minutos

Capacidade: 730 lugares

Acessibilidade: sim

Entrada do Teatro Castro Mendes/Crédito Foto: Firmino Piton_PMC

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