Diretores Ciesp Campinas: Valmir Caldana e Anselmo Riso/Divulgação
Representantes da indústria da região de Campinas esperam que até o final de dezembro seja finalizado um acordo sobre o tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil. Os empresários também apontam outras preocupações do setor como a possibilidade de falta de chips e a escassez hídrica nos próximos meses. São os dados apresentados pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp)-Regional Campinas, nessa terça (28), a partir da Sondagem Industrial de outubro de 2025 realizada com as empresas associadas, abordando as expectativas para o cenário econômico.

O diretor do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas, Anselmo Riso, afirmou que em relação a negociação de diminuição do tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil, a expectativa é que se tenha uma solução até o final do ano. “Entendemos que as reuniões técnicas que podem ter início na próxima semana devem perdurar pelo menos por 90 dias”, acrescentou.
Reposição de chips
O primeiro vice-diretor do Ciesp-Campinas, Valmir Caldana, afirmou que a indústria da região está preocupada com a falta de chips em razão do recente embate entre Holanda e China. “Para se ter uma ideia de como é preocupante essa questão, na montagem de um automóvel são necessários entre mil e três mil chips, que controlam todos os sistemas eletrônicos do veículo”, explicou.
Crise hídrica
Outra questão preocupante para a indústria da Região Metropolitana de Campinas (RMC), conforme Caldana, é uma possível escassez hídrica, por conta da falta de chuvas e a queda nos volumes dos reservatórios de água, que abastecem a RMC. Para boa parte da indústria, a água é a principal matéria-prima, especialmente nos segmentos como, alimentação, bebidas, produtos químicos e de limpeza.
Na Pesquisa de Sondagem industrial, 67% das associadas manifestaram em relação a possibilidade de escassez hídrica ‘muita preocupação’ e o restante – 33% das empresas, assinalaram ‘pouca preocupação’.
Na apresentação, o segundo vice-diretor do Ciesp-Campinas, Stefan Rohr, acrescentou que essa questão de possível escassez é muito preocupante para a atividade industrial, mesmo que atualmente boa parte do setor já utilize água de reúso em suas atividades, mas outros necessitam dela como matéria-prima.
Pesquisa aponta estabilidade
Em relação aos indicadores da Sondagem, Caldana explicou que eles apontam que a estabilidade deve continuar, como nos meses anteriores. O diretor ressaltou como positivo, o fato de 45% das associadas declararem que no último trimestre do ano ‘não terão alteração’ no faturamento. Já para 22% delas, nesse período, haverá ‘diminuição’ no faturamento e 11% apontam ‘aumento’ nesse faturamento. Desse total, 22% das respondentes não tem avaliação.
Balança Comercial Regional
O diretor do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas, Anselmo Riso, analisou os números da Balança Comercial Regional. Em setembro de 2025 o valor exportado foi de US$ 310,6 milhões – 4,68% menor que em setembro de 2024. O acumulado no ano (período de janeiro a setembro) foi de US$ 2,655 bilhões – 2,39% maior que no mesmo período anterior.
Já as importações no mesmo mês foram de US$ 1,449 bilhão – 26,89% maior do que em setembro do ano passado. O acumulado no ano é de US$ 10,958 bilhões – 18,95% maior que no mesmo período de 2024.
O déficit em setembro de 2025 foi de US$ 1,138 bilhão – 39,48% maior que o registrado em setembro de 2024. O déficit acumulado no ano é de US$ 8,303 bilhões – 25,44% maior que no mesmo período de 2024.
A corrente de comércio exterior regional (soma das exportações e importações) em setembro de 2025 foi de US$ 1,759 bilhão – 19,88% maior que em setembro de 2024. A corrente acumulada em 2025 é de US$ 13,613 bilhões – 15,31% maior que no mesmo período de 2024.
Em setembro de 2025, os principais municípios exportadores da Regional Campinas do Ciesp foram, pela ordem:
Campinas (28,35%), Paulínia (24,20%), Sumaré (9,87%), Mogi Guaçu (9,21%) e Santo Antônio de Posse (6,37%), Conchal (5,17%) e Valinhos (4,40%).
Já os municípios que mais importaram foram: Paulínia (46,39%), Campinas (22,69%), Sumaré (8,50%), Hortolândia (8,19%), Jaguariúna (5,36%) e Valinhos (4,51%). O percentual do município refere-se a sua participação em relação ao total da Regional no Balanço Mensal.
Os três principais destinos das exportações da indústria regional em setembro de 2025 foram: Estados Unidos (18,36%), Argentina ( 13,99%) e Holanda (6,23%).
Principais países de origem das importações para a região em setembro de 2025: China (30,36%), Estados Unidos (15,97%) e Índia (10,63%).
Os três principais destinos das exportações acumuladas no ano de 2025 foram: Estados Unidos ( 19,10%), Argentina (14,23%) e Holanda (5,42%). Já as importações acumuladas no ano foram: China (28,10%), Estados Unidos (16,46%) e Índia (7,86%).
Perfil
O Ciesp-Campinas conta com 590 empresas associadas, distribuídas em 19 municípios da região. O faturamento conjunto das empresas associadas é de R$ 53 bilhões ao ano. Conjuntamente essas empresas empregam 97.954 colaboradores.
Vídeo com primeiro vice-diretor, Valmir Caldana – https://youtu.be/s63zTHV_7kE


