
Stella Washington/Foto:Roncon&Graça.Com
Inteligência Emocional: Desenvolvendo habilidades de convivência
Artigo Stella Washington
A escola é lugar de vida e felicidade. Uma das coisas que mais me fascina dentro do ambiente escolar é que nem um dia é igual ao outro. Como educadora há 23 anos, certamente entendo que escola é lugar de aprendizagem. Lugar de convivência. Não é apenas o local onde se ensina a leitura, escrita e o cálculo.
Perante a lei, a escola é o lugar em que se deve desenvolver os processos formativos educacionais, focados no contexto escolar, no mercado de trabalho e na convivência com o outro. Pois bem, a escola deve cumprir seu papel de maneira eficiente e coerente.
Conviver todos os dias com uma outra pessoa, seus costumes, educação e manias é uma proeza. Se nós que somos adultos muitas vezes temos dificuldades em lidar com o próximo em suas mais diversas diferenças, quanto mais dentro do ambiente escolar, com crianças e adolescentes… A convivência e o gerenciamento de conflitos, fazem parte do sucesso escolar, pois fazem parte do ambiente escolar.
Além do gerenciamento de conflitos dentro de um ambiente dotado de diversidades étnicas e culturais, o estudante necessita estar bem física e emocionalmente para que a aprendizagem possa ocorrer. É imprescindível que a inteligência racional e a inteligência emocional caminhem juntas, em harmonia. Afinal, quando passamos por problemas, nosso foco tende a estar neste problema e na sua resolução.
Uma pessoa privada de suas emoções de maneira equilibrada, tem a tendência a encontrar dificuldade nas tomadas de decisões. O elo de ligação entre a lógica e a emoção precisa ser construído e respeitado.
Entender e reconhecer nossos sentimentos e emoções, bem como a dos outros é um fator preponderante para a inteligência emocional, gestão de conflitos e por que não dizer para que a aprendizagem ocorra?
Dentro da escola, há ferramentas e situações rotineiras que permitem ao estudante pôr em prática o exercício da compreensão das suas emoções e as dos outros em situações de forte carga emocional. Afinal, gerenciar conflitos e relações interpessoais fazem parte do ambiente escolar, do mundo do mercado de trabalho e das demais situações reais de vida.
Portanto, podemos dizer que a Inteligência Emocional é um fator relevante na escola. E hoje, podemos construir um currículo e formalizar uma disciplina que ensine nossos alunos a compreender as emoções, buscar gerenciar conflitos e aprender a conviver com o outro.
As pessoas emocionalmente inteligentes e saudáveis se ajustam com mais facilidade aos desafios da vida, aprendem a lidar com o stress e com situações que certamente todos nós passamos e passaremos no decorrer da vida.
Vivemos em uma era em que muitas pessoas estão doentes emocionalmente e queremos promover aos nossos alunos a oportunidade de refletir e aprender sobre este tema. Nosso desejo, como rede Adventista de Educação é que eles tenham qualidade de vida, que saibam tomar decisões de maneira coerente com a lógica, mantendo seus princípios de maneira saudável e razoável.
Fácil? Não é. Não há um currículo oficial com normas e diretrizes para desenvolvermos em nossos alunos uma inteligência emocional. Mas precisamos começar. Falar sobre o assunto. Precisamos ensiná-los a gerenciar conflitos. Precisamos ensiná-los a arte da convivência saudável e feliz. Afinal, estas situações não são exclusivas do ambiente escolar. São situações rotineiras que acontecem na vida real, e no mundo do trabalho. A escola está aqui para cumprir este papel. E enfatizando o que a Lei que rege a educação no Brasil nos diz, a educação escolar deve estar vinculada ao mundo do trabalho e à prática social. Estas vertentes exigem habilidades de convivência. Habilidades estas que podem ser desenvolvidas dentro da disciplina de Inteligência Emocional.
Stella Washington é pedagoga e psicopedagoga, mestranda em Educação e diretora do Colégio Adventista de Barão Geraldo.
Link com Videodepoimento Diretora Stella Washington – https://youtu.be/WAxTsZA_Yxg