Jornal de Campinas

Não parem as máquinas!

Rodolfo Tornesi Lourenço*

Aprendemos várias coisas durante a pandemia. Lavar as mãos com frequência, usar máscara e álcool em gel, manter o distanciamento social e… que a indústria alimentícia não pode parar. Em casa ou na rua, o brasileiro precisa se alimentar. E bem! 

Por isso, as marcas de alimentos saudáveis não só cresceram durante o ano de 2020 e nesse começo de 2021. Elas se transformaram. Para atender ao cliente, mesmo com todas as restrições. Para manter a comida na mesa do brasileiro em meio às dificuldades – financeiras e logísticas. Para sobreviver. E essa revolução só foi possível graças ao empenho e à dedicação de milhares de pessoas. Não apenas da marca que represento ou dos nossos fornecedores, mas de toda uma cadeia produtiva que não parou nem um segundo.

Se parou foi para respirar ou para pegar impulso. Porque se teve algo que ficou evidente nesse período tão turbulento é que as máquinas foram feitas para produzir. E se tem uma coisa que o Brasil faz bem é isso. A inovação corre em nossas veias. Afinal, quando tudo parece estar indo bem, surge algum imprevisto e precisamos nos reinventar. 

Foi o que toda indústria alimentícia fez. Não apenas no parque fabril, mas no backstage também. O home office, tão comum em outros setores, chegou pra valer na nossa área. Já era um movimento natural, que iniciamos há alguns anos, mas a pandemia acelerou esse processo de forma vertiginosa. E necessária.  

Para implementar essa nova forma de trabalhar, num curto espaço de tempo, foi importante ter em mente dois pilares fundamentais. O primeiro é a cultura organizacional e o segundo a tecnologia. No campo organizacional, a grande preparação passou pelos gestores, que precisaram aprender a liderar seus times à distância, concentrando sua atenção nos resultados – num processo que chamamos de Open Mind. Além disso, foi necessário que as empresas criassem canais de comunicação aberta com seus colaboradores, nos quais eles pudessem de forma virtual viver a realidade da organização, ter acesso ao que acontece e se sentir parte do todo.

Que, de casa, soubessem o que acontecia no chão de fábrica, na logística de distribuição, no ponto de venda e na estratégia dos representantes comerciais. Ou seja, que mesmo longe, estivessem conectados ao propósito corporativo da marca. Para isso, as indústrias precisaram investir muito e deixar num segundo plano o lado máquina para se mostrarem humanas – com programas voltados à saúde física e mental dos colaboradores, assim como a concessão de um apoio financeiro extra para melhorias infraestrutura de comunicação e também de gestão de dados.

Em suma, apesar das dificuldades e dos inúmeros desafios que surgiram nesse tempo, seguimos trabalhando e ajudando a alimentar o povo brasileiro. Sem esmorecer. Sem desistir. Sem parar as máquinas. Até porque parar não estava entre as escolhas possíveis. Afinal, como bem disse Platão bem antes dessa e de outras pandemias: “A necessidade é a mãe da inovação”.

* Rodolfo Tornesi Lourenço, diretor de inovação e transformação da Jasmine Alimentos

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