Especialistas explicam como os exercícios de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional promovem o alívio de sintomas da doença
Tremores, desequilíbrio, rigidez muscular e dificuldade de locomoção. Esses sintomas, comuns aos portadores do Mal de Parkinson, podem ser reduzidos com um tratamento envolvendo diversas áreas terapêuticas. De acordo com a Fisioterapeuta do Grupo São Cristóvão Saúde, Luciane Criado de Oliveira, os exercícios de agilidade, dissociação de tronco, treino de marcha, postura e coordenação motora contribuem para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes que convivem com essa doença degenerativa e progressiva.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença afeta por volta de 1% da população mundial. No Brasil, cerca de 200 mil pessoas vivem com Parkinson, sendo que idosos acima dos 70 anos representam 75% dos casos. “Uma vez que a doença não tem cura, o objetivo da fisioterapia é reduzir as limitações de mobilidade dessas pessoas, promovendo maior independência nas AVD’s (Atividades de Vida Diária)”, explica a especialista.
Como funciona o tratamento
A Terapeuta Ocupacional Dayane Sanches de Castro, que atua no Centro de Atenção Integral à Saúde (CAIS) do Grupo São Cristóvão Saúde, ressalta que alguns exercícios são importantes para estimular o paciente a se manter ativo e em condições de realizar atividades do dia-a-dia.
“Atividades cotidianas como preparar uma refeição, vestir a roupa ou cuidar do jardim fazem parte do repertório ocupacional e contribuem para manutenção da rotação do tronco, destreza manual, mobilidade geral dos membros superiores e inferiores”, frisa.
A terapeuta explica que tudo isso é realizado em sessões com acompanhamento profissional. “Além dos benefícios para o corpo, a Terapia Ocupacional também visa aumentar a sensação de bem-estar do paciente”, alega.
Segundo ela, as atividades maximizam a independência e autonomia dos pacientes nos diversos contextos de vida diminuindo o impacto da doença no cotidiano do paciente e das pessoas que convivem com ele.
Dayane reforça que, com o avanço da doença, a intervenção é focada na adaptação do ambiente e da rotina para prolongar a independência do paciente. “Isso inclui a adaptação das atividades que requerem o motor fino, com substituição de zíperes e botões por velcro; além da instalação de equipamentos de segurança, como barra de apoio e pontos luminosos nas áreas de circulação; e substituição do mobiliário para facilitar a locomoção pela casa”, fala.
O papel dos familiares
Os especialistas recomendam, ainda, o apoio e envolvimento da família no tratamento, lembrando que o bem-estar do paciente é o principal objetivo.
“Os familiares podem buscar entender mais sobre o Parkinson, verificando de que maneira podem estimular e ajudar o paciente a ter uma vida ativa e dinâmica e evitar complicações como quedas dentro de casa”, exemplifica a Fisioterapeuta.
“Recomendamos sempre, também, que os envolvidos busquem suporte psicológico, o que auxilia o paciente e seus familiares a aceitar a doença e suas implicações”, finaliza Butori.