Jornal de Campinas

Tributos, qualificação e juros são os desafios para a indústria da região

Diretor do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas (Roncon & Graça)

Tributos, qualificação e juros são os principais desafios da indústria regional, conforme aponta a Pesquisa de Sondagem realizada junto às empresas associadas ao Ciesp-Campinas. Para 40% das empresas a ‘elevada carga tributária’ é o principal desafio, seguida da ‘falta de mão de obra qualificada’ apontada por 27% da indústria regional e da ‘alta taxa de juros’ na avaliação de 21% das associadas. As ‘dificuldades em conseguir matérias-primas importadas’ foram apontadas por 8% das respondentes, enquanto 4% assinalaram a ‘escassez de insumos nacionais’.

O diretor do Ciesp-Campinas, José Henrique Toledo Corrêa, afirma que os desafios apontados pela indústria regional demonstram de forma bastante clara o prejuízo do chamado Custo Brasil. “Debatido ao longo das últimas décadas, o Custo Brasil prejudica a atividade produtiva e retira a competitividade da indústria nacional”.

Em relação à pergunta sobre os custos fixos mais elevados da indústria da região de Campinas, as cinco principais respostas, pela ordem foram: impostos fixos e taxas (37% das respondentes); compra e manutenção de materiais (21%); salários dos colaboradores e pró-labore (17%); contratações e demissões (14%) e energia elétrica, gás e etc. (11%). Aluguéis e condomínios e serviços de segurança e limpeza não foram mencionados.

Na avaliação de outros indicadores de desempenho da indústria regional, o diretor do Ciesp-Campinas avalia que volume de produção, nível de emprego, faturamento e lucratividade “estão em estabilidade, na mesma tendência positiva identificada nos últimos dois meses”. Corrêa destaca que o nível de utilização da capacidade instalada de produção entre 70,1% até 100% foi apontada por 64% das associadas em agosto. Na pesquisa de julho esse mesmo patamar de capacidade instalada foi assinalado por 57% das indústrias respondentes. “Esse aumento de 7% de empresas nesse patamar, demonstra a tendência positiva que identificamos em outros indicadores em agosto”, explica o diretor.

Jornada Digital

O diretor do Ciesp-Campinas afirma que a preocupação da indústria regional com a falta de mão de obra qualificada, identificada na Pesquisa de Sondagem, tem relação direta com a Jornada de Transformação Digital, programa realizado pelo Ciesp, Senai e Sebrae, que oferece consultoria e suporte profissional, para que 40 mil indústrias no Estado de São Paulo, nos próximos quatro anos modernizem seus sistemas. “Vamos precisar cada vez mais de profissionais com alta qualificação para essa indústria 4.0”, acrescentou. Na Regional Campinas do Ciesp, o evento de Jornada de Transformação Digital está programado para ocorrer no próximo dia 28 de setembro, no Senai Roberto Mange.

Balança Comercial Regional

Em relação aos números da Balança Comercial Regional, em julho de 2022, o diretor do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas, Anselmo Riso, informou que o valor exportado foi de US$ 326,4 milhões – 35,3% maior que em julho de 2021. Já as importações no mesmo mês foram de US$ 1,4 bilhão – 26,8% maior do que em julho do ano passado. O saldo em julho de 2022 foi negativo em US$ 1 bilhão – 24,5% maior do que o registrado em julho de 2021.

A corrente de comércio exterior regional (soma das exportações e importações) em julho de 2022 foi de US$ 1,7 bilhão – 28,3% maior que em julho do ano passado.

Em julho os principais municípios exportadores da Regional Campinas do Ciesp foram, pela ordem: Paulínia (30,7%), Campinas (25,6%), Sumaré (9,7%), Mogi Guaçu (9,4%) e Valinhos (4,8%).

Já os municípios que mais importaram foram: Paulínia (53,1%), Campinas (18,5%), Sumaré (9,3%), Jaguariúna (6,6%) e Hortolândia (5,7%). O percentual do município refere-se a sua participação em relação ao total da Regional no Balanço Mensal.

O diretor de Comércio Exterior, Anselmo Riso, destaca os três principais segmentos exportadores – máquinas – caldeiras – aparelhos mecânicos e suas partes; produtos plásticos e derivados e produtos farmacêuticos. Principais segmentos importadores – produtos químicos orgânicos; produtos químicos diversos e máquinas – aparelhos – materiais elétricos – aparelhos de gravação – reprodução.

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