Filme documental reúne intelectuais, psicólogos e casos factuais para debater o fenômeno que atinge, de acordo com a UNESCO, 246 milhões de crianças e jovens no mundo
Após se sentir incapaz de ajudar a filha de cinco anos, vítima de bullying na escola, Vanessa Rodrigues abraçou a causa e, hoje, é militante na luta contra a violência sistemática. Para compreender o problema global, a publicitária se aprofundou nos estudos e, sem conseguir aplicar o conhecimento adquirido através da literatura especializada, ingressou na graduação em psicologia para entender o comportamento humano baseado no prazer em ferir o outro.
“Passei a palestrar voluntariamente em escolas, ONGs e centros comunitários. Conheci muitas pessoas que me impactaram com histórias trágicas que terminaram em suicídios de crianças vítimas de bullyin”, ressalta. Para expandir o alcance do assunto, trabalhado até então apenas no Estado de São Paulo, e levar a discussão para todo o País, a profissional decidiu produzir um filme documental, que teve o projeto aprovado em janeiro de 2019 pelo Ministério da Cultura.
Com uma coletânea de histórias reais, contadas em primeira pessoa, o documentário “Perto demais” evidencia o drama daqueles que foram atingidos pelo bullying e traz uma análise profunda sobre os impactos desse fenômeno na transformação sociocultural. Nomes como Leo Fraiman, Rossandro Klinjei e Fabrício Carpinejar já contribuíram o para o trabalho com entrevistas e estudo crítico do prejuízo causado na vida das pessoas.
Rodrigues explica que o material produzido tem como objetivo promover a empatia, o respeito e a igualdade na sociedade. “Nossa intenção é levar a discussão sobre diversidade para o dia a dia da população e, consequentemente, combater as inúmeras formas de preconceito, violência e intolerância”, finaliza.