Especialista fala sobre o momento certo de levar as crianças para uma consulta com psicólogo
Ainda existem alguns preconceitos quando o assunto é consulta com psicólogo. Por isso, muitos pais ficam em dúvida de quando levar seu filho para uma terapia, se é mesmo algo necessário ou não.
As crianças e adolescentes muitas vezes têm dificuldades de expressar verbalmente as questões emocionais, então o importante é ficar atento aos sinais tanto de mudanças de comportamento como sintomas físicos. Segundo o psicólogo Damião Silva, “É importante que os pais e mães fiquem atentos aos comportamentos dos filhos e observem atentamente sinais de tristeza, agressividade, choro em excesso, atrasos no desenvolvimento como fala, motor, cognitivo. Perda de interesse em atividades que ele costumeiramente gostava. Mudanças bruscas na vida da criança como nascimento de irmão mais novo, separação dos pais, morte na família, mudança de escola, de professores, de cidade além de outros fatores que podem desencadear alterações de comportamento”.
O especialista alerta que, em geral, a partir dos 03 anos de idade, caso os pais percebam alguma dessas alterações de comportamento, e o suporte da família não baste para que seu filho enfrente o momento, é hora de buscar ajuda profissional. “Um bom profissional da psicologia dará apoio, seja por meio de avaliação psicológica, terapia ou demais intervenções, baseadas em evidências cientificas, farão com que as crianças e adolescentes lidem melhor com seus sentimentos como raiva, insegurança, ansiedade, medo e outros”, complementa Damião.
Outra grande preocupação dos pais é em relação as consultas e de como elas serão realizadas de uma forma que a criança se sinta a vontade de expressar seus sentimentos. Ainda segundo o psicólogo, as primeiras sessões são realizadas com os pais, independente da abordagem do profissional. “É realizada uma anamnese para levantar todas as questões de desenvolvimento da criança, história familiar e das dificuldades atuais. Com essas informações, traçamos uma rota de atendimento com a criança individualmente e estabelecimento de vínculo. E, dependendo da faixa etária ou dificuldade comunicação, fazemos uso de estratégias lúdicas organizadas, testes, reuniões com a escola e manter um contato muito próximo com os pais, assim garantimos o sucesso do processo psicoterapêutico”, explica.
E, se a intervenção exige habilidades de um profissional, o tratamento pede paciência. O tempo de tratamento varia conforme o caso e o método. Paciência, rede de assistência e informação são os principais ingredientes, não só na hora de optar por levar a criança ao psicólogo, mas para lidar com ela todos os dias.
Damião Silva é psicólogo Clínico e Escolar, especialista em Transtorno do Espectro Autista, Altas Habilidades ou Superdotação, pedagogo e analista do Comportamento.