Jornal de Campinas

Escola Estadual Francisco Glicério tem prédio que atrai atenção por sua beleza e história

A dama, o vagabundo e suas inversões

Nossas atitudes refletem na sociedade

Grafite homenageia patrono da instituição com imagem e história do político campineiro

Com 124 anos de existência, a Escola Estadual Francisco Glicério, localizada no centro de Campinas – interior do estado, chama a atenção em meio à movimentação de pessoas que circulam todos os dias em supermercados, postos, igrejas e feiras livres. Projetada por Ramos de Azevedo, a unidade faz parte do rol de construções escolares da Primeira República. “O prédio da escola está bem conservado e configura um bom espaço de aprendizagem”, destaca a diretora Vera Lúcia Mortari Marangoni, que atua na Educação há 21 anos. 

Atualmente, a unidade atende 571 alunos do ensino fundamental (anos finais) ao ensino médio. No período noturno funciona como espaço cedido para a Etec, em que são oferecidos cursos técnicos. 

“Sua clientela é bastante diversificada, sendo sua maioria oriunda de bairros periféricos de Campinas. São alunos pertencentes a famílias de poder aquisitivo variado. Registra-se que muitas famílias não medem esforços para que seus filhos estudem na escola, pois acreditam que ela oferece um ensino de melhor qualidade para seus filhos, o que aumenta ainda mais a responsabilidade dos profissionais que nela trabalham”, explica a diretora. 

Patrimônio

A EE Francisco Glicério é um bem protegido pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas – Condepaac (tombado pela Resolução nº 17 de 24 de fevereiro de 1994) e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo – Condephaat (processo 24929/86 / Resolução 60 de 21/07/2010). 

A Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) executou obras de restauro na escola entre agosto de 2011 e julho de 2013. Foi realizada a conservação e recuperação dos elementos originais, levando em conta o registro histórico, arquitetônico e iconográfico do prédio. De acordo com o Memorial de Restauro da FDE, o projeto da unidade foi elaborado “com vistas a recuperar o edifício e os bens culturais que ele representa, de modo a atender às demandas impostas pelo pleno uso da Escola Estadual”. 

Segundo a diretora Vera Lúcia, a beleza do imóvel chama a atenção e recebe elogios de visitantes. “Faculdades de Arquitetura e Urbanismo da cidade pedem para que seus alunos a visitem para conhecê-la e façam maquetes do prédio”. 

Francisco Glicério homenageado em grafite 

A escola teve início como “Grupo Escolar de Campinas” em 1897. Somente em 1917 o nome mudou para “Francisco Glicério”, em homenagem ao político campineiro que participou das lutas pela Proclamação da República. Foi ministro da Agricultura no governo Marechal Deodoro e senador da República. Morreu no Rio de Janeiro em 1916. 

“Em 2018, com um trabalho da Secretaria da Educação, a escola, através do Método de Melhoria dos Resultados (MMR), verificou a necessidade de valorizar lideranças e personalidades de grande importância histórica para o movimento negro de Campinas e região. Foram efetuadas várias pesquisas e se descobriu que seu patrono, Francisco Glicério, além de todo o vasto currículo, era negro”, contou a diretora. 

A descoberta fez com que alunos e a professora de Filosofia e artista plástica, Angélica Kimie, o homenageassem com um grafite no portão do estacionamento que dá acesso à avenida principal de entrada da instituição, mencionando parte de sua história. 

“Com uma história que se destaca pela crueldade empreendida contra os homens escravizados, penso que, revelar à cidade de Campinas parte importante da biografia de Francisco Glicério é uma obrigação da escola”, explicou a professora. 

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