Anselmo Riso – Diretor do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas (Roncon & Graça)
A Pesquisa de Sondagem Regional Campinas do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), apresentada nessa terça (27 de setembro), mostra otimismo na indústria da Região de Campinas. O diretor do Ciesp-Campinas, José Henrique Toledo Corrêa, afirma que juntamente com os indicadores de desempenho da indústria regional foram avaliados os impactos da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) nos negócios das associadas. Na Sondagem, as empresas que exportam também opinaram sobre qual a política cambial que deve ser adotada pelo País.
Em relação aos impactos na redução do IPI, 43% das indústrias associadas identificaram aumento da competitividade e das vendas, enquanto 36% das respondentes afirmaram reduções nos custos de produção e no preço final do produto. Para 21% das empresas não ocorreu nenhum impacto.
Na pergunta dirigida às empresas exportadoras da Regional Campinas do Ciesp sobre a política cambial a ser adotada no País, 71% sugeriu a flutuante, onde o valor da moeda varia de acordo com o mercado. O regime de bandas cambiais, com a moeda variando dentro de uma faixa foi apontado por 21% das respondentes. Nenhuma empresa optou pela opção do regime de valor fixo, com a moeda nacional tendo como referência uma moeda estrangeira. Já 8% das empresas optaram por ‘nenhuma das anteriores’. “A resposta das empresas associadas mostra de forma bastante clara, que é o mercado quem deve definir o câmbio”, explicou Corrêa.
Na avaliação de outros indicadores de desempenho da indústria regional em setembro, o diretor do Ciesp-Campinas afirmou que o volume de produção, nível de emprego, faturamento e lucratividade estão em estabilidade, na mesma tendência positiva identificada nos últimos três meses.
O diretor afirmou que essa “tendência se comprova pelo faturamento, que aumentou para 36% das empresas respondentes pelo segundo mês consecutivo e pelo nível de utilização da capacidade instalada de produção entre 50,1% até 100% foi apontada por 93% das associadas, refletindo o bom momento da indústria da região de Campinas”.
“Já os custos de produção das empresas em setembro – trabalhistas, matérias-primas e componentes, energia, água e transporte, permaneceram em patamares inalterados em relação ao mês anterior. Isso nos sugere uma tendência positiva para a indústria regional os próximos meses”, avaliou o diretor.
Balança Comercial Regional
O diretor do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas, Anselmo Riso, comentou sobre as incertezas em relação ao comércio exterior, em função da guerra Rússia e Ucrânia e dos reflexos da pandemia da Covid-19 na China, que ainda afetam as cadeias de suprimentos mundiais.
Em relação aos números da Balança Comercial Regional, em agosto de 2022, Riso informou que o valor exportado foi de US$ 369,1 milhões – 24,9% maior que em agosto de 2021. Já as importações no mesmo mês foram de US$ 1,4 bilhão – 24,8% maior do que em agosto do ano passado. O saldo em agosto de 2022 foi negativo em US$ 1 bilhão – 24,7% maior do que o registrado em agosto de 2021.
A corrente de comércio exterior regional (soma das exportações e importações) em agosto de 2022 foi de US$ 1,8 bilhão – 24,8% maior que em agosto do ano passado.
Em agosto os principais municípios exportadores da Regional Campinas do Ciesp foram, pela ordem: Campinas (27,2%), Paulínia (27%), Sumaré (10,1%), Mogi Guaçu (9,6%) e Conchal (4,8%).
Já os municípios que mais importaram foram: Paulínia (51,8%), Campinas (21,2%), Jaguariúna (6,7%), Sumaré (6,6%) e Hortolândia (5,9%). O percentual do município refere-se a sua participação em relação ao total da Regional no Balanço Mensal.
O diretor de Comércio Exterior, Anselmo Riso, destacou os três principais segmentos exportadores – máquinas – caldeiras – aparelhos mecânicos e suas partes; produtos plásticos e derivados e produtos de papel e celulose. Principais segmentos importadores – produtos químicos orgânicos; produtos químicos diversos e máquinas – aparelhos – materiais elétricos – aparelhos de gravação – reprodução.