Comitiva de 42 gerentes do Ciesp/Divulgação
Gerente da Regional Campinas, Paula Carvalho, comentou sobre a importância de profissionais ligados a cibersegurança nas empresas
Não adianta ter grandes produtos tecnológicos na empresa, se eu não capacitar meus usuários para poder utilizá-los de forma segura. A orientação é de Oliver Guerino, coordenador de Tecnologia do Senai-SP, que recebeu no dia 30 de agosto, a visita gerentes das 42 diretorias regionais do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) para falar sobre cibersegurança. O Ciesp representa hoje 8 mil indústrias em todo o estado de São Paulo.
A imersão no tema da cibersegurança aconteceu na arena do Cyber Lab Services do Senai Paulo Antônio Skaf, em São Caetano do Sul, na região do ABCD Paulista. A escola, que tem 32 laboratórios e capacidade para 1.900 alunos é especializada em cursos de nível mais complexo na área de TI (Tecnologia da Informação). A unidade possui, por exemplo, o 1⁰ computador quântico educacional de toda a América Latina.
De acordo com Guerino, a preocupação com cibersegurança faz parte do “pacote” da indústria 4.0, que aumenta a produtividade, mas também traz riscos de ataques de hackers. “Quando a gente fala de preparação para a digitalização e para segurança cibernética, precisamos ter consciência de que é necessário trabalhar de forma conjunta três frentes: processos, pessoas e tecnologia”, disse o coordenador.
De acordo com ele, dados do Senai-SP mostram que dentre as empresas de pequeno porte, 23% têm média vulnerabilidade a ataques cibernéticos, enquanto 50% têm risco alto. Por outro lado, é impossível dizer que 27% das empresas restantes, que tenham baixo risco, estejam completamente livres dos ataques. Todas as empresas que passam pelo processo de digitalização estão expostas às ameaças cibernéticas, que podem comprometer a reputação, operação, faturamento e até a própria sobrevivência do negócio.
Proteção de Dados
O DPO (Data Protection Officer) do Ciesp, Marcos Andrade, que é o responsável pela cibersegurança da entidade, além de ser 1º diretor secretário, explica que com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) no Brasil, todas as empresas passaram a ter que fazer um esforço contínuo para preservar a segurança dos dados que detém, como o dos sócios, funcionários e dos clientes, por exemplo. De acordo com ele, o ponto mais frágil em geral tem sido às pessoas na utilização das novas tecnologias no dia a dia, que podem clicar em links falsos ou ceder dados como usuário e senha de suas contas, por exemplo. Andrade lembra que os cibercriminosos aprimoram cada dia mais seus conhecimentos e que e-mails falsos, por exemplo, estão mais sofisticados e difíceis de serem descobertos. Os clássicos erros de português, que facilitavam a identificação pelo usuário, já não têm ocorrido com tanta frequência.
Ele também alerta para a prática do ransomware, os ataques de sequestro digital dos quais grandes empresas têm sido vítimas e que podem inviabilizar desde a emissão de notas fiscais até a produção toda de uma fábrica.
“Se grandes empresas, que estão bem preparadas estão expostas a ataques, que dirão as pequenas. Às vezes você está tão preocupado com o produto, a produção, o marketing e acaba deixando de lado aspectos técnicos que também precisam de muita atenção. Esse é um trabalho de conscientização para que possamos nos proteger melhor. Os cibercriminosos são um ladrão a procura de uma janela aberta”, disse Andrade.
Regional Campinas
“As empresas precisam incorporar em suas agendas, como necessidade, a capacitação de colaboradores e o trabalho de profissionais de cibersegurança, para evitar erros que deixem a empresa vulnerável a ataques cibernéticos, tão recorrentes atualmente. É um trabalho que exige treinamento e constante atualização, fatores os quais o Senai e Ciesp podem colaborar de forma muito eficiente”, comentou a gerente regional do Ciesp Campinas, Paula Carvalho.