Jornal de Campinas

Câncer colorretal pode ser evitado com redução expressiva de carne vermelha

David Pinheiro Cunha, oncologista clínico e sócio do Grupo SOnHe/Divulgação

OMS sugere que o consumo de carne vermelha não ultrapasse 500g por semana; alerta vem no mês de março, que recebe o laço azul-marinho como forma de prevenir a 2ª maior incidência de câncer colorretal entre os brasileiros

Dietas que evitam o consumo de carne vermelha ao menos uma vez na semana vêm ganhando destaque entre as pessoas que prezam por qualidade de vida. A aceitação ainda não é em massa, mas o apelo da segunda-feira sem carne, por exemplo, tem sensibilizado cada vez mais pessoas. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é para que o consumo de carne vermelha não ultrapasse 500 gramas por semana, o que faz com que a porção ingerida diariamente seja menor que um bife do tamanho da palma da mão. O alerta vem para prevenir o desenvolvimento do câncer colorretal, que é o segundo tipo mais incidente de câncer entre homens e mulheres no mundo todo, inclusive no Brasil. O mês de março recebe o laço azul-marinho como forma de prevenir a doença que está intimamente ligada ao estilo de vida moderno.

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) prevê para 2024 a confirmação de 45 mil novos casos da doença.São inúmeros os fatores de risco, a começar do cigarro, que é a principal causa evitável da doença, até os hábitos de vida. David Pinheiro Cunha, oncologista clínico e sócio do Grupo SOnHe, explica que cerca de 30% dos tumores que atingem o intestino e o reto podem ser evitados com uma mudança expressiva no estilo de vida das pessoas. “Mesmo diante do fator genético, já é comprovado que as pessoas que mantêm uma alimentação rica em fibras, com baixo consumo de álcool e carne vermelha e fazem atividade física diariamente, têm menos chances de desenvolver a doença”. Isso porque, segundo o médico, a obesidade também é um fator de risco para o desenvolvimento da doença.

Os hábitos saudáveis de vida têm circulado entre as grandes preocupações das pessoas. No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cresceu o número de adultos que praticam atividade física nos momentos livres. Em 2009, cerca de 30,3% da população era considerada ativa e em 2021, esse número chegou a 36,7%, com destaque para as mulheres que passaram de 22,2% para 31,3% no mesmo período. “Lembrando que OMS considera ativas as pessoas que praticam mais de 150 minutos de atividade física direcionada por semana. É como se a gente tirasse trinta minutos durante a semana para cuidar do nosso corpo. Não me parece impossível”, pondera o oncologista.

 Manter o corpo ativo e bem nutrido é fundamental para prevenir o câncer colorretal e isso requer uma dieta balanceada, rica em fibras e com baixíssimo – ou nulo – consumo de alimentos ultra processados. A carne vermelha é apontada como vilã desse tipo de tumor, porque tem uma propriedade, o ferro M, que libera radicais livres capazes de provocarem mutações nas células do intestino. Para o oncologista do Grupo SOnHe, evitar esse tipo de alimentos é uma recomendação para a vida toda. “Embora a carne vermelha tenha ferro e evite a anemia, já está comprovado que as demais carnes ou fontes de proteínas, como a carne branca e o ovo, são capazes de suprir essa necessidade”, reforça o médico. Segundo ele, o consumo moderado do alimento pode contribuir e muito com a saúde da população. “Não precisa cortar do cardápio, apenas respeitar o limite”, finaliza David Pinheiro Cunha.

 

Rastreamento:

Um dos principais meios de rastrear a doença é pelo exame de colonoscopia, indicado pelo SUS a todas as pessoas a partir dos 50 anos. No entanto, com o aumento de casos da doença entre pessoas cada vez mais jovens, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica faz um apelo para que o exame seja realizado a partir dos 45 anos entre as pessoas que não tenham indicação genética. A colonoscopia é exame que identifica lesões que podem vir a se tornar tumores e, por isso, tem papel fundamental na prevenção do câncer. Recentemente, os cantores Conrado, Preta Gil e Simony foram diagnosticados com a doença. Conrado é o único entre eles a ter mais de 50 anos de idade.

 

Sobre o Grupo SOnHe

 

O Grupo SOnHe – Oncologia e Hematologia é formado por oncologistas e hematologistas que fazem atendimento oncológico alinhado às recentes descobertas da ciência, com tratamento integral, humanizado e multidisciplinar em importantes centros de tratamento de câncer em Campinas, como o Hospital Santa Tereza, Oncologia Vera Cruz e Hospital PUC-Campinas.  O Grupo oferece excelência no cuidado oncológico e na produção de conhecimento de forma ética, científica e humanitária, por meio de uma equipe inovadora e sempre comprometida com o ser humano. O SOnHe é formado por 14 especialistas sendo três deles com doutorado e três com mestrado. Fazem parte do grupo os oncologistas André Deeke Sasse, David Pinheiro Cunha, Vinícius Correa da Conceição, Vivian Castro Antunes de Vasconcelos, Rafael Luís, Susana Ramalho, Leonardo Roberto da Silva, Higor Mantovani, Débora Curi, Isabela Pinheiro, Amanda Negrini, Laís Feres e pelas hematologistas Lorena Bedotti e Jamille Cunha. Saiba mais: no portal www.sonhe.med.br e nas redes sociais.

 

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