
Por: Augusto Salomon*
“Você não vai perder o emprego para a IA, mas sim para quem usa IA”
A frase que dá título a este artigo tem ganhado força nas redes profissionais — e talvez nunca tenha sido tão verdadeira quanto agora. Diante desse novo cenário, uma pergunta se impõe: estamos realmente preparados?
Na última semana, Tobi Lütke, CEO da Shopify, anunciou uma política que pode redefinir o mercado de trabalho: nenhum novo funcionário será contratado até que se prove que a inteligência artificial (IA) não pode realizar a tarefa em questão.
Sim, é isso mesmo! Antes de pensar em contratar, as equipes terão que mostrar que a IA não é capaz de resolver o problema. E tem mais: o uso de IA agora será avaliado nas revisões de desempenho e até nos feedbacks entre colegas.
A nova política foi divulgada pelo próprio Lütke em um memorando interno compartilhado no X (antigo Twitter) e já está causando impacto em todo o mercado de tecnologia.
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Acredite, a Shopify não está sozinha nessa visão. Cada vez mais, empresas de diversos setores estão transformando o domínio da IA em uma habilidade essencial — assim como o Excel e o PowerPoint foram no passado.
Segundo uma pesquisa do Pew Research Center, apenas 12,2% dos profissionais receberam algum tipo de treinamento em IA no último ano. Isso significa que a maioria está vulnerável à transformação que já está em curso. Ou seja: não se trata de perder o emprego para uma máquina, mas de perdê-lo para alguém que sabe usá-la melhor do que você.
Se a IA agora é critério de avaliação e base para decisões estratégicas nas empresas, o que você pode (e deve) fazer a respeito?
Aqui vão quatro caminhos práticos para começar a incorporar a inteligência artificial à sua rotina profissional.
O primeiro passo é se familiarizar com as ferramentas disponíveis. Teste e use plataformas como ChatGPT, Copilot, Midjourney, Notion AI, entre outras — elas podem turbinar sua produtividade de formas que talvez você ainda nem imagine.
Em seguida, repense seu dia a dia e pergunte-se: Quais tarefas repetitivas você executa que poderiam ser automatizadas? De que maneira a IA pode apoiar na análise de dados, na criação de conteúdos ou no atendimento ao cliente?
Outro ponto essencial é investir em capacitação contínua. Buscar cursos e formações com foco em aplicações reais da IA na sua área, pode fazer toda a diferença — conhecimento técnico é, hoje, um diferencial competitivo.
Por fim, compartilhe os seus aprendizados com sua equipe. A transformação é coletiva, e incentivar uma cultura voltada à inteligência artificial pode levar todo o time a um novo patamar.
É importante ter em mente que a IA não vai eliminar empregos. Ela vai eliminar funções que não evoluem. Quem se adapta, aprende e se posiciona como parte dessa revolução tecnológica não só preserva sua relevância, mas se torna indispensável.
E você, vai liderar essa transformação ou vai esperar que a IA peça permissão para ocupar seu lugar?

*Augusto Salomon é CEO da StarMind, com mais de 20 anos de experiência como executivo C-Level no mercado de tecnologia. É ex-aluno de Harvard, mestre pela Ohio University e reconhecido como Top Voice em Vendas e Inteligência Artificial. Também é autor dos livros Moonshot Sales e Inteligência Artificial: Construindo o Amanhã.