Jornal de Campinas

Pesquisas do Ciesp-Campinas aponta impactos de novos impostos para a indústria

Engenheiro no interior de uma indústria/magem gerada por IA

Ciesp-Campinas

A pesquisa de Sondagem Industrial de junho realizada com as empresas associadas ao Ciesp-Regional Campinas, focando possíveis impactos de novos impostos criados pelo Governo, aponta preocupações e falta de boas perspectivas cadeia produtiva do setor da indústria. Os empresários avaliam consequências negativas também da inflação e aumento de juros que comprometem a produção, vendas, investimentos, lucros, além de possível redução de empregos e aumento da inadimplência.

Para 83% das empresas respondentes, o impacto negativo seria significativo, com redução de margens de lucro e atrasos nos investimentos. Já para 17% delas, o impacto seria extremamente negativo, levando a cortes drásticos de custos. As opções de respostas para ‘impactos – moderado, insignificante e nenhum’ – não foram assinaladas na pesquisa.

Na questão que abordou os reflexos nos preços dos produtos da cesta básica/ou outros bens fabricados no Brasil, em razão da Medida Provisória 1.300/25 (editada em 21 de maio/2025), que prevê aumento para a indústria, da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), 67% das empresas associadas responderam que deve ocorrer aumento nos preços desses produtos. Já 33% delas não têm avaliação e nenhuma das respondentes assinalou os itens – ‘redução nos preços e nenhum impacto’.

O diretor do Ciesp-Campinas, José Henrique Toledo Corrêa pontua que a Sondagem Industrial da entidade, apontou que houve uma queda acentuada nos indicadores de produção, vendas e lucratividade. “Tudo isso impactado pela política econômica do governo, que faz com que haja um desestímulo à atividade produtiva. A pesquisa mostra também que o impacto negativo de aumento de IOF e na Conta do Desenvolvimento Energético (CDE), aumentarão consideravelmente, atingindo tanto a população em geral e também toda a atividade produtiva. O Brasil precisa de incentivo à produção e não é o que está acontecendo no momento”, acrescentou.

Valmir Caldana, José Henrique T. Corrêa e Anselmo Riso/Crédito: Roncon&Graça.Com_Divulgação

 

Sondagem Industrial 

 

Em relação aos indicadores específicos da Sondagem, o volume de produção diminuiu para 66% das empresas associadas, em relação ao mês anterior. Já o faturamento diminuiu para 67% das empresas, ficou estável para 17% delas e aumentou para 16%. O nível de inadimplência permaneceu inalterado para 67% das respondentes e o endividamento estável para 66% delas.

O vice-diretor do Ciesp-Campinas, Valmir Caldana comentou na apresentação da pesquisa, que apesar do setor industrial ser a locomotiva da economia brasileira, ele tem que ir se adaptando para não repassar custos. “Mas, aumentos como a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) penalizam todos os setores, bem como aumento de tributação”.

 

 

Tensão Internacional 

 

O diretor do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas, Anselmo Riso, comentou a tensão internacional, com o conflito entre Irã e Israel, que pode refletir nas importações e exportações. Riso demonstra preocupação com o conflito, que pode se espalhar por toda a região, com a possibilidade de interrupção do comércio exterior, pelo canal marítimo do Golfo de Ormuz, localizado entre o Irã e a Península Arábica. A importância desse canal é que um quinto do petróleo mundial e parte significativa do gás natural liquefeito (GNL), passam por ele diariamente.

 

Balança Comercial Regional 

 

O diretor do Departamento de Comércio Exterior da entidade, comenta também os números da Balança Comercial Regional. Em maio de 2025 o valor exportado foi de US$ 282,8 milhões – 4,90 % menor que em maio de 2024. Já as importações no mesmo mês foram de US$ 1,184 bilhão – 11,20% maior do que em maio do ano passado. O déficit em maio de 2025 foi de US$ 901,5 milhões – 17,44% maior que o registrado em maio de 2024.

A corrente de comércio exterior regional (soma das exportações e importações) em maio de 2025 foi de US$ 1,467 bilhão – 7,69% maior que em maio de 2024.

Em maio de 2025, os principais municípios exportadores da Regional Campinas do Ciesp foram: Campinas (32,19%), Paulínia (23,63%), Sumaré (12,18%), Mogi Guaçu (9,08%) e Valinhos (4,88%).

Já os municípios que mais importaram foram: Paulínia (47,86%), Campinas (26,02%), Jaguariúna (6,01%), Hortolândia (5,91%) e Sumaré (4,97%). O percentual do município refere-se a sua participação em relação ao total da Regional no Balanço Mensal.

Os três principais destinos das exportações da indústria regional em maio de 2025 foram: Estados Unidos (US$ 56,86 milhões – 20,11%), Argentina (US$ 37,75 milhões –13,35%) e México (US$ 19,67 milhões – 6,96%).

Principais países de origem das importações para a região: China (US$ 313,19 milhões – 26,44%), Estados Unidos (US$ 202,24 milhões – 17,08%), Índia (US$ 108,86 milhões – 9,19%).

 

O Ciesp-Campinas conta com 590 empresas associadas, distribuídas em 19 municípios da região. O faturamento conjunto das empresas associadas é de R$ 53 bilhões ao ano. Conjuntamente essas empresas empregam 97.954 colaboradores.

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