
Jovem no balcão de atendimento/Imagem seventyfourimages
trabalho temporário
Análise de dados realizada pela IntelliGente Consult revela crescimento no número de vagas temporárias no último trimestre de 2025 em um cenário de grande rotatividade no mercado de trabalho
De outubro a dezembro, mais de 500 mil vagas temporárias de empregos devem ser geradas no Brasil, indica estudo de mercado realizado pela IntelliGente Consult. A partir de análise de dados, a empresa de consultoria e mentoria especializada em estratégias, programas e projetos empresariais destaca que lojas e e-commerce, logística, distribuição e entrega, serviços de atendimento e alimentação, indústria de alimentos e brindes são os setores que respondem pelo maior volume de contratações. “O emprego temporário é uma força propulsora da economia, mas no cenário atual representa uma solução estratégica para a sustentabilidade dos negócios, diante da grande rotatividade no mercado de trabalho”, afirma Aline Oliveira, diretora da IntelliGente Consult. A executiva observa ainda que as chances de efetivação deixaram de ser um desejo exclusivo do empregado temporário. “Hoje em dia, as empresas avaliam que o desempenho profissional precisa, necessariamente, alinhar-se à cultura organizacional, o que proporciona contratações mais assertivas com redução do turnover.”
O trabalho temporário é regulamentado pela Lei nº 6.019/1974. A norma foi atualizada pela Lei nº 13.429/2017 e pelo Decreto nº 10.060/2019. Profissionais contratados por este regime têm assegurados direitos trabalhistas como jornada definida, remuneração proporcional, FGTS, INSS, adicional noturno, horas extras, férias e 13º salário proporcionais.
No último trimestre do ano, dois eventos importantes, Black Friday e Natal, vão impulsionar as contratações temporárias. Em 2024, foram geradas aproximadamente 497 mil vagas no território nacional. Somente no varejo, o período do Natal abriu mais de 98 mil postos no ano passado. De acordo com a Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers), o setor tende a manter a boa performance também em 2025, não apenas no varejo, mas também em operações de serviços.
Principal polo de empregos temporários do País, o Estado de São Paulo deve registrar leve alta nas contratações temporárias do quarto trimestre. “No estudo de mercado que realizamos a partir da avaliação de dados oficiais e levantamentos de entidades representativas, são esperadas entre 30 mil e 35 mil novas posições, em parte temporárias, em parte celetistas, o que é muito coerente com a perspectiva de mais de 500 mil vagas em todo o Brasil até o final do ano”, diz Aline Oliveira.
A taxa de efetivação de trabalhadores temporários também é contemplada no estudo de mercado. CEO da IntelliGente Consult, Fernanda Toledo destaca que o índice projetado de profissionais efetivados em 2025 deve avançar, chegando a 30% em segmentos com escassez de mão de obra. “A título de comparação, em 2023 a parcela de colaboradores contratados efetivamente chegou a 22%”, pontua.
O processo de efetivação, segundo as executivas da IntelliGente Consult, torna-se mais relevante a partir de boas práticas das empresas. “Na contratação temporária, é desejável que ainda no processo seletivo os critérios de hard e soft skills estejam bem definidos”, indica Fernanda Toledo. De acordo com Aline Oliveira, entre outras medidas a avaliação 360 quinzenal é importante para dar transparência e visibilidade do que conta para a efetivação. “Antes do Natal e Ano-Novo, a oferta antecipada de vagas permanentes para top performers é algo que reduz perda de talentos para os concorrentes”, destaca a diretora.
A sustentabilidade dos negócios a partir do trabalho temporário encontra ressonância no conceito ESG. Sob o aspecto econômico, “suaviza o ciclo de caixa” e evita overstaffing, ou excesso de pessoal. “A contratação on-demand para períodos de pico, como Black Friday e Natal, reduz ociosidade e custos fixos em janeiro e fevereiro”, reforça Fernanda Toledo.
Na questão social, há ampliação da empregabilidade para quem espera a primeira oportunidade no mercado e também para o profissional que retorna ao trabalho ou busca complementar a renda. “Até 30% dos trabalhadores consideram a vaga temporária como porta de entrada para o mercado”, diz Aline Oliveira.
No quesito governança, o planejamento de força de trabalho, segundo as executivas, com metas, métricas e compliance, contribui para reduzir riscos trabalhistas e ampliar os critérios de transparência da empresa.
Região de Campinas
No último trimestre de 2025, a tendência de crescimento no número de empregos temporários deve se manter na Região Metropolitana de Campinas. “Referências confiáveis nos levam a projetar uma leve alta de aproximadamente 5% nas vagas de fim de ano, com a cidade de Campinas respondendo com 47% dos postos”, afirma Fernanda Toledo.
Segundo o estudo de mercado da IntelliGente Consult, a indústria, o comércio e o setor de serviços são os principais motores da geração de vagas temporárias na região de Campinas.
Somente no Natal, a previsão é de que a RMC responda por R$ 7,3 bi em compras, consumo e serviços.
“Mais que nunca, o trabalho temporário deve receber por parte das empresas o tratamento de uma estratégia estruturada de gestão capaz de identificar e reter talentos alinhados com a cultura organizacional”, conclui Aline Oliveira.