Fachada do Vera Cruz Casa de Saúde/Crédito: Matheus Campos
Por Eduardo Pinheiro Zarattini Anastácio (*)
Há cinco anos, iniciávamos uma empreitada ousada e de extrema responsabilidade: instalar uma unidade de excelência em um dos mais tradicionais edifícios de Campinas (SP); um patrimônio suntuoso, histórico, tombado, de 143 anos, erguido pelas mãos de imigrantes italianos e conhecido por ser berço comunitário e de enorme legado em saúde para o município e toda a região. Tal missão, porém, apenas possível exatamente em razão de ter, por trás, outra instituição hospitalar de respeito e belíssima jornada, hoje já octogenária na cidade: o Vera Cruz Hospital.
Desde então, com a seriedade de quem preza pelo atendimento humanizado, e a expertise de quem acompanha e abraça a jornada do paciente em todas as esferas, foram feitos investimentos de diversas ordens: a parte tombada passou por restauro e os leitos ganharam retrofit – ou seja, temos a nostálgica e elegante tradição da beleza da antiga hotelaria, mas agora modernizada; ampliamos a oferta de serviços, fizemos aquisições de equipamentos e adequações de pessoas em todas as áreas. Nosso corpo clínico também foi renovado, mesclando jovens profissionais a especialistas que há anos estavam na Casa. Além de muitos outros médicos do próprio Vera Cruz que vieram somar.
Neste ínterim, fomos colocados à prova: menos de um ano após a inauguração, veio a pandemia do novo coronavírus. Tendo em mente a vocação do complexo em distinção de atendimento, afinal, o prédio foi centro de acolhimento durante duas epidemias de Febre Amarela, nos anos de 1889 e 1896, e da pandemia de Gripe Espanhola, no final da década de 1910, e conhecendo a confiança da população campineira em um tratamento especializado aliado ao zelo que permeia nossas ações humanas, voltamos nossas atenções a pacientes com síndromes respiratórias e sintomas da Covid-19, com desfecho clínico de muitas vidas salvas, dando alento à população de Campinas por dois anos e sendo reconhecidos internacionalmente por esse trabalho.
Em fevereiro de 2024, demos mais um passo importante ao conquistar a certificação “ONA Nível 3 – Acreditado com Excelência”, o mais elevado dos padrões da Acreditação ONA (Organização Nacional de Acreditação), órgão independente, também de chancela global. A qualificação chancela nossa forma de acolhimento e atesta que a instituição segue protocolos rigorosos sob diversos aspectos, especialmente em segurança do paciente. Um reconhecimento dos nossos processos assistenciais, da nossa governança e da nossa constante busca por eficiência. Tal conquista veio de encontro a implementação gradual da “cultura Vera Cruz”, sempre pautada em excelência, vanguarda, e principalmente, na valorização das pessoas. Uma cultura de cuidado centrado no paciente. Cultura essa hoje presente na Casa de Saúde e nas demais 14 unidades que integram o grupo em Campinas e região.
Hoje, passando por tudo isso, observamos que o Vera Cruz Casa de Saúde alcançou muita maturidade, tornando-se um hospital geral, com mais de 500 colaboradores. Dentro de nossas dependências temos hoje um pronto-socorro adulto, pediátrico e ortopédico, UTIs de alta complexidade (adulto e pediátrica), unidade coronária, serviço de endoscopia, serviços de diagnóstico por imagem, Unidade Coronariana, centro cirúrgico com cerca de 600 procedimentos ao mês.
Como campineiro apaixonado, este prédio representa muito para a cidade, sendo que sua história se confundi com a do próprio município. Cheguei ao Vera Cruz Casa de Saúde em outubro do ano passado para contribuir com a manutenção da excelência assistencial e do calor humano no tratamento da nossa população, que se manteve fiel ao hospital, algo que se reflete também em todo o corpo clínico.’
Essa forte conexão da nossa gente tanto com a Casa de Saúde, quanto com o Vera Cruz, reforça nossa obrigação em respeitar algumas premissas básicas: aprender constantemente, ensinar sempre que possível e buscar incansavelmente excelência.
E nós, do Vera Cruz Casa de Saúde, faremos o necessário para continuarmos escrevendo uma página relevante na história de Campinas, permanecendo como uma unidade de família, com uma vocação da qual não abrimos mão, e também como uma referência secular. Diz o ditado que “não se deve julgar um livro pela capa”. Afinal, o que importa mesmo é o conteúdo. Em nosso caso, modéstia à parte, nossa inegável beleza exterior é apenas um reflexo de nossa “beleza” interior.
(*) Eduardo Pinheiro Zarattini Anastácio é diretor técnico e geral do Vera Cruz Casa de Saúde