Melina Veiga Rodrigues /Crédito: Matheus Campos
Por Melina Veiga Rodrigues (*)
O Dia Mundial do Câncer, celebrado mundialmente todo 4 de fevereiro, é uma data muito importante para disseminar informações sobre prevenção e controle da doença, que, a cada ano, aumenta sua incidência. Uma patologia, inclusive, capaz de acometer o sangue, com três grupos principais: as leucemias, os mielomas e os linfomas. Em razão disso, o mês também ganhou uma cor específica, com a campanha Fevereiro Laranja, que reforça a importância da conscientização para o diagnóstico precoce e combate à Leucemia, originada da “fábrica do sangue”, a medula óssea, presente no centro dos ossos.
A pessoa acometida pela condição deixa de produzir as células normais do sangue para formar, de forma desordenada, os glóbulos brancos (leucócitos). Há vários tipos de leucemia, sendo as crônicas com crescimento mais lento e as agudas com crescimento mais rápido. Entretanto, uma leucemia crônica pode evoluir para uma aguda. A rapidez desse crescimento influenciará nos sintomas, sendo os mais comuns: fraqueza/cansaço, sangramentos e infecções. Como são inespecíficos, é de extrema importância procurar ajuda médica para avaliação.
Infelizmente não há exames preventivos, e o diagnóstico é realizado por meio de hemograma e avaliação da medula óssea. O tratamento varia de acordo com o tipo específico, podendo ser em forma de acompanhamento ou iniciado de imediato, e inclui uma ou mais modalidades: quimioterapia, imunoterapia e transplante de medula óssea. Quanto mais cedo diagnosticado, maiores as chances de se alcançar respostas positivas.
Em muitos casos, principalmente nas Leucemias Agudas, o Transplante de Medula Óssea Alogênico pode ser a única opção terapêutica para a cura. Nessa modalidade, as células-tronco hematopoiéticas, que dão origem a todas as outras, são de um doador aparentado ou não. Um doador ideal (irmão compatível) só está disponível em 25% das famílias. Quando não há, é feita uma busca no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME), cadastro de pessoas entre 18 a 35 anos de idade, em boas condições de saúde e sem doenças infecciosas e/ou incapacitantes.
Por isso, principalmente, chamamos a atenção para o Fevereiro Laranja. É preciso um trabalho forte de conscientização quanto à possibilidade de se aumentar a contingência de candidatos a doador no Brasil, que precisa apenas preencher uma ficha com informações pessoais e terá 10 ml de sangue coletado. Um procedimento simples que pode salvar muitas vidas.
* Melina Veiga Rodrigues (CRM 153877), (RQE 64031) hematologista do Vera Cruz Oncologia