Em 18 de junho de 1908, chegaram a bordo, no Brasil, 781 imigrantes japoneses – de 165 famílias. O chamado “Kasato Maru” atracou no porto de Santos-SP, onde desembarcaram estes imigrantes que deixaram o Japão após uma severa reforma administrativa, que vinha acontecendo desde 1886, feita pelo imperador Meiji.
A imigração desse povo começou no início do Século XX, após um acordo entre os governos japonês e o brasileiro, já que, por sua vez, o Japão vivia em crise, enquanto que o Brasil precisava urgentemente de mão-de-obra nas lavouras de café. Então, a imigração foi aceita de bom grado, pois trazia a esperança de dias melhores.
Logo após a chegada dos japoneses no território nacional, as famílias foram direcionadas para trabalhar em fazendas, cafezais, exploração de borracha na Amazônia e em algumas plantações de pimenta no Pará, que eles próprios trouxeram.
A chegada de navios ocorreria de forma irregular por conta das duas Guerras Mundiais. A última embarcação que trouxe imigrantes japoneses ao Brasil, o navio Nippon Maru, data de 1973. A maior parte desses asiáticos eram camponeses pobres, oriundos das províncias do Sul e do Norte do Japão, e foi no Estado de São Paulo que permaneceu a maior parte.
A celebração de dias de luta
No dia 18 de junho comemora-se, no Brasil, o Dia da Imigração Japonesa. A data foi reconhecida apenas em 2005, quando criaram a Lei n° 11.142, assinada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dessa forma, esse dia homenageia a chegada do Kasato Maru, aquele que foi o primeiro navio a transportar um grande número de imigrantes advindos do Japão.
Todos os anos, os japoneses e seus descendentes se reúnem para celebrar os dias de um passado jamais esquecido. Como em São Paulo, principalmente no Bairro da Liberdade, é a região que mais se concentram pessoas de influência ou origem nipônica, ou seja, naturais do Japão, as celebrações sempre são bem fervorosas, pacíficas e belíssimas. Dessa forma, os japoneses que aqui habitam mantem vivas as lembranças daqueles que enfrentaram dias muito difíceis. Cultura e tradição preservadas!
Sobre o autor:
Natural de Urussanga/SC, o advogado Mauro Felippe já chegou a cursar Engenharia de Alimentos antes de se decidir pela carreira em Direito. Autor das coletâneas poéticas Nove, Humanos, Espectros e Ócio, já preencheu diversos cadernos em sua infância e adolescência com textos e versos, dos simples aos elaborados (a predileção pelo segundo evidente em sua escrita). As temáticas de suas obras são extraídas de questões existenciais, filosóficas e psicológicas que compreende no dia a dia, sendo que algumas advém dos longos anos da advocacia, atendendo a muitas espécies de conflitos e traumas. Por fim, pretende com a literatura viver dignamente e deixar uma marca positiva no mundo, uma prova inequívoca de sua existência como autor. Participante assíduo de feiras literárias, já esteve como expositor na Bienal Internacional do Livro de São Paulo 2016 e Bienal Internacional do Livro do Rio 2017.