Equipe de produção em atividade/Crédito Paprika Filmes
Tecnológico e inovador, o mercado audiovisual impacta quase toda a sociedade e tende a crescer, mas nem sempre foi assim
Um estudo encomendado à Deloitte pela Netflix aponta que, em 2021, a indústria audiovisual brasileira somou uma receita total de R$ 56,937 bilhões. E, em termos de empregos gerados no país no setor, o número foi de 657 mil diretos, indiretos e induzidos, ou mais de 126 mil contando apenas a criação de emprego direta.
A pesquisa Inside Video 2023, produzida pela Kantar IBOPE Media, aponta que, em 2022, as produções audiovisuais impactaram 99,6% da população. E, segundo a “22ª Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia 2021-2025”, realizada pela PwC, o mercado audiovisual brasileiro deve crescer 5% até 2025.
“Em constante evolução, há décadas o conteúdo audiovisual está presente na vida dos brasileiros. Acompanhar a história desse setor – que, além de emprego, gera tanta emoção nas pessoas – nos deixa orgulhosos e com energia para continuar vivenciando todas as transformações que estão por vir”, finaliza o diretor da Paprika Filmes, Rodolfo Rufeisen.
Rodolfo Rufeisen, diretor da produtora audiovisual Paprika Filmes/Crédito: Matheus Campos
Do Começo…
O início dos anos 2000 foi marcado pelo avanço das redes sociais e por transformações tecnológicas/digitais cada vez mais rápidas. A internet no Brasil foi disponibilizada para o público – a partir de um modem e uma linha telefônica fixa – entre 1994 e 1995. Mas foi na década seguinte, com a banda larga, os smartphones com câmeras digitais e o 3G, que os brasileiros começaram a ter suas rotinas transformadas. Há 20 anos o Orkut entrava no ar. Semanas depois foi a vez do Facebook e, após 10 dias, o YouTube chegava à internet.
No mercado audiovisual mundial, o início da década de 2000 foi marcado pela popularização do conteúdo em resolução HD e pela disputa entre as telas de plasma e LCD. Na sequência, as telas de LED surgiram para dar fim à briga, com menor consumo de energia e imagens mais nítidas.
Atualmente, o trabalho, os estudos, os relacionamentos, os momentos de lazer e até as provas de processos jurídicos, por exemplo, já são totalmente influenciados pela tecnologia audiovisual.
Confira a seguir três transformações dos últimos 20 anos.
Da TV ao smartphone
Até alguns anos atrás, o conteúdo audiovisual era produzido para ser transmitido em grandes telas, como a do cinema e a da televisão. Mas com a popularização dos smartphones e das redes sociais, a produção de vídeo para reprodução em celular ganhou um espaço gigantesco, com centenas de aplicativos e treinamentos específicos para isso.
“Atualmente, as pessoas estão acostumadas a não só consumir vídeos curtos pela tela do celular, mas também conteúdos mais longos, como séries e filmes, por exemplo. Isso demonstra uma forte mudança de hábito do público consumidor, que até há pouco tempo não abria mão de assistir esse tipo de conteúdo em telas maiores”, explica Eliel Quaresma de Moura, diretor de cena da produtora audiovisual Paprika Filmes.
Além da mudança no formato de gravação – na vertical, por exemplo – e nas práticas de consumo, o smartphone também facilitou a gravação de vídeos cotidianos por pessoas sem especialização na área. Isso colabora com o grande número de influenciadores digitais e também com a produção de provas em vídeo que embasam denúncias dos mais diversos âmbitos.
Do analógico ao digital
Por muitos anos, as informações de áudio e vídeo foram captadas, armazenadas e transmitidas de forma analógica, ou seja, com suas próprias ondas físicas (sonoras para o áudio e luminosas para o vídeo) copiadas para uma mídia – como um disco de vinil ou uma fita, por exemplo.
Por outro lado, quando a informação é capturada, armazenada e transmitida de forma digital, a imagem e o som original são transformados em dados que os computadores podem compreender: 0 e 1. O conteúdo digital pode ser copiado por um número ilimitado de vezes, armazenado por muito tempo e transmitido por longas distâncias sem que a qualidade seja alterada – desde que a informação não seja perdida ou corrompida de algum modo.
“Essa transformação tecnológica foi essencial para o mercado audiovisual e para todas as áreas do conhecimento, já que garante mais qualidade e agilidade na produção e transmissão do conteúdo e permite o acesso ao histórico do que já foi realizado no formato”, aponta Eliel.
Do gravado ao streaming
Quem acessava a internet no início do anos 2000 deve se lembrar de entrar em programas como Napster, Kazaa e eMule, por exemplo, para baixar arquivos de vídeo ou áudio depois de algumas horas de espera.
Já o streaming é uma forma de transmissão de som e imagem através de uma rede de computadores. Com esta tecnologia, a máquina recebe as informações ao mesmo tempo em que as repassa ao usuário.
De acordo com o relatório “Streaming Global” do Finder, 65% dos brasileiros adultos têm pelo menos um serviço de streaming. Esse número está bem acima dos 56% da média global. “O streaming e o live streaming vieram para ficar e também são essenciais para o mercado audiovisual, já que focam em públicos de nichos específicos”, acrescenta o diretor de cena da Paprika Filmes.
De acordo com o relatório “Streaming Global” do Finder, 65% dos brasileiros adultos têm pelo menos um serviço de streaming. Esse número está bem acima dos 56% da média global. “O streaming e o live streaming vieram para ficar e também são essenciais para o mercado audiovisual, já que focam em públicos de nichos específicos”, acrescenta o diretor de cena da Paprika Filmes.
Eliel Quaresma de Moura, diretor de cena da produtora audiovisual Paprika Filmes/Crédito: Matheus Campos