Fechado há mais de 15 dias, o comércio varejista de Campinas permanecerá funcionando apenas com vendas online e entregas por drive-thru. A presidente da instituição, Adriana Flosi, teme que muitos empresários não consigam pagar seus empregados, ou mesmo manter os seus negócios
Com o comércio em Campinas fechado por tempo indeterminado devido a classificação da cidade na “Fase Vermelha”, a presidente da Acic, Adriana Flosi, lembra que os empresários terão dificuldades de honrar compromissos, inclusive com a folha de pagamento. “Recebemos com muita tristeza e preocupação a notícia de que Campinas foi classificada na fase vermelha porque o comércio já está fechado há 15 dias. Precisamos, sim, considerar, em primeiro lugar a saúde das pessoas. Por isso, faço um apelo à população para que esteja atenta e faça a sua parte, poque, para sair dessa situação vamos precisar da colaborar de todos”, diz Adriana Flosi, presidente da Associação Comercial e Industrial de Campinas.
De acordo com Adriana, nessa semana a entidade estará voltada a continuar capacitando seus associados por meio de eventos pela internet e discutindo de como que forma o comércio pode ser até melhor estruturado para garantir ainda mais ações de segurança. Na avaliação feita pela Acic com base nas informações da Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp), no período de janeiro a junho de 2020 foram encerradas 1.486 empresas apenas em Campinas e 3.751 na RMC.
Ações constantes
Adriana Flosi, não tem medido esforços para garantir que as empresas possam superar essa crise e, consequentemente, preservar os empregos. Na sexta-feira, 03 de junho, por telefone, ela solicitou à secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Patricia Ellen, que o Estado passasse a região de Campinas para a “Fase Amarela” para que o comércio pudesse abrir, a partir de segunda-feira, dia 6, por 6 horas, com 40% do atendimento, incluindo cabeleireiros, restaurantes, bares e academias.
A pauta foi retomada no final da tarde da sexta-feira, (03), em uma reunião online com a secretária Municipal de Desenvolvimento Econômico, Social e de Turismo de Campinas, Alexandra Caprioli e representantes da Acic e de outras entidades representativas dos setores produtivos de Campinas e comerciantes. “Não tem sentido a cidade de São Paulo passar para a “Fase Amarela” e, Campinas, ser rebaixada para a “Vermelha”. Os empresários não aguentam mais e essa situação. Não tem como manter os empregos se não reabrir o comércio. Não há dinheiro. O dinheiro do Pronampe não chega. Estamos todos preocupados e não temos como suportar mais”, diz.
A videoconferência contou com a participação de 95 lojistas que contribuíram com sugestões, que vão desde a ampliação do horário do comércio, por considerar ser justamente o horário reduzido que provoca as aglomerações, alterações de pontos de parada do transporte coletivo, instalação de túneis de desinfeção na Rua 13 de Maio e realização de desinfecção dos locais de maior movimento. Adriana também deixou clara a posição da Acic de não aceitar o tratamento diferenciado para comerciantes de shoppings e de rua. As normas devem ser iguais para todos, inclusive com rigor na fiscalização daqueles que estão abertos, infringindo o decreto e desrespeitando e prejudicando os lojistas que fazem tudo certo e acabam sendo os mais penalizados. Alexandra Caprioli, na qualidade de interlocutora da Prefeitura de Campinas, garantiu que encaminhará faz sugestões para a análise da administração pública e que continuará em contato com as entidades representativas dos empresários para discutir e tentar atender os seus pleitos.
Mais leitos
A presidente da Acic ainda sugeriu que a estrutura do Hospital Albert Einstein, instalado no Pacaembu seja trazida para Campinas, para atender à demanda da região, considerando que é ela quem está impactando na ocupação dos leitos na cidade. “Desafoga a pressão no número de leitos e o comércio pode reabrir”, opina. Ela citou o exemplo de uma das unidades de saúde estadual, em Campinas cujos 26 leitos de UTI COVID estão ocupados, mas, dos quais apenas três leitos por pessoas da cidade e, o restante, por pacientes de municípios vizinhos. “Então, não dá para o comércio das cidades do nosso entorno estar aberto, produzindo doentes, e mandando os pacientes para cá e Campinas ser obrigada a permanecer com o comércio fechado. Isso está errado e não é justo com a nossa cidade”, comenta Adriana.