Jornal de Campinas

Cirurgia robótica no Vera Cruz Hospital retira tumor de meio litro de volume em paciente de 13 anos

Dr. Rodrigo Garcia, do corpo clínico do Vera Cruz/divulgação

Adolescente estava com a doença no ovário; especialista é pioneiro no interior de São Paulo a fazer o procedimento em crianças

Três dias depois de completar 13 anos, Julia Mendes Chauh foi submetida à retirada de um tumor do ovário direito pela técnica de cirurgia robótica. Enquanto os pais Gisele Mendes Souza Dodi e Fabio Chauh estavam preocupados com a sua recuperação, Julia lamentava ter que faltar as aulas na escola, e as aulas de Jazz e Tecido. “Ela teve alta no dia seguinte e praticamente não sentiu dor. Esperar 15 dias para voltar à rotina a chateou”, conta brincando a mãe, satisfeita com o resultado.

A cirurgia tão bem-sucedida ocorreu no Vera Cruz Hospital e foi conduzida pelo Dr. Rodrigo Garcia, pioneiro em cirurgia pediátrica robótica no interior de São Paulo, que foi acompanhado pelo Dr. Dorival Gomide, e pelo Dr. Wail Margeotto. O Dr. Garcia, que é o único cirurgião pediátrico robótico certificado do interior do Estado, explica que o procedimento por robótica é o mais assertivo em qualquer paciente, mas ressalta que em crianças é um método ainda menos invasivo, apresenta menos chances de sangramento, diminui a dor no pós-operatório e o tempo anestésico. “O corpo da criança, por ser menor, tem um campo de ação reduzido pro cirurgião. Mas esse fator não representa diferença ou qualquer dificuldade para o robô, que tem mobilidade e precisão sob medida com extrema precisão”, enfatiza o Dr. Garcia.

Dr. Dorival Gomide /Divulgação



Entre tantos outros benefícios ao paciente, há ainda a vantagem do robô permitir uma visão em alta definição para o médico e maior escala de mobilidade, o que acaba refletindo no bem-estar do paciente e sucesso do procedimento. Essa modalidade proporciona incisões menores, destreza no movimento, menor trauma cirúrgico ou complicações e alta precoce. Segundo o especialista, a tecnologia oferece visibilidade tridimensional em alta resolução e filtra tremores. “A cirurgia é controlada por um médico habilitado ao manejo do robô. De posse de toda a capacidade tecnológica, operamos com toda a segurança”, destaca Garcia.

Segundo Gisele, que é analista comercial, a filha Julia apresentou um incômodo abdominal e uma ressonância magnética feita em setembro mostrou o tumor no ovário. “Fomos apresentados pelo Dr. Wail, meu ginecologista, ao cirurgião robótico Dr. Rodrigo Garcia e a decisão sobre este modelo de cirurgia aconteceu já na primeira conversa. O Dr. Garcia é muito atencioso, faz questão de tirar todas as dúvidas e tem um atendimento espetacular, antes, durante e depois do procedimento”, conta Gisele.

O Dr. Garcia explica que a cirurgia de Julia foi resolutiva, durou em torno de uma hora e agora ela só precisa fazer exame de sangue daqui a três meses e, depois, anualmente. No caso da adolescente, em comparação à cirurgia convencional, o procedimento robótico durou metade do tempo, exigiu incisões muito menores, não apresentou sangramento e praticamente nenhuma chance de hérnia incisional, entre outros benefícios.

Teratoma de ovário


Localizados, principalmente, nas gônadas, e raramente apresentando-se em outros locais, as neoplasias unilaterais são mais frequentes (72,2%, dos casos) do lado direito. Outros 12% das pacientes são diagnosticadas com tumor bilateral. “Os teratomas são caracterizados por crescimento lento (1,8 milímetro por ano) e, por essa razão, pode-se considerar um manejo não cirúrgico das lesões menores que 6 cm². Porém, cerca de 20% dos pacientes com TMO podem ter complicações, como torção, ruptura, infecção e transformação maligna”, complementa Gomide.

E a genética está entre os fatores de risco para o desenvolvimento da doença, como no caso de Julia: a mãe também teve o problema. “Quem tem casos na família tem mais chances de desenvolver a doença, que é comum na infância. Há casos de pacientes que nascem com a enfermidade, que também pode se desenvolver na fase pré-escolar, infância e adolescência”, conclui Garcia.

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