Jornal de Campinas

CNPEM assina convênio para integrar rede de supercomputação do sistema e-Ciência

CNPEM/Divulgação

Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) ingressa oficialmente na e-Ciência, rede que reúne instituições de “big science”, ou seja, que necessitam de recursos avançados de processamento, análise, transmissão e armazenamento de grandes volumes de dados. A cerimônia será nesta sexta-feira (2), às 10h30, na sede do CNPEM, em Campinas (SP). O evento contará com a presença de Nelson Simões, diretor-geral da RNP, e Antonio José Roque da Silva, diretor-geral do CNPEM.

Com a assinatura do acordo, todos os laboratórios do CNPEM terão acesso à e-Ciência, o que vai potencializar a capacidade de produção do centro, que gera uma grande quantidade de dados em suas pesquisas, e, consequentemente, reduzir o tempo de trabalho. Com o ingresso na rede, o CNPEM passa a fazer parte de uma infraestrutura de pesquisa que inclui outras instituições, como o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), o Senai Cimatec e o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC-INPE).

“A Rede de e-Ciência é central para o avanço do Sistema Nacional de CTI [Ciência, Tecnologia e Informação]. Especialmente no caso do CNPEM, trabalhamos juntos com a RNP para discutir demandas específicas das áreas de síncrotron e microscopia, que exigem capacidade avançada de processamento, análise, transmissão e armazenamento de grandes volumes de dados”, explica José Roque. “A Rede de e-Ciência no CNPEM aumentará a velocidade na transmissão de dados em mais de 60 vezes e beneficiará pesquisadores de universidades e centros de pesquisa em todo o país, que geram dados robustos em nossas instalações abertas, como o Parque de Microscopia Eletrônica e as estações de pesquisa do Sirius”, completa.

A iniciativa da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) visa ampliar o potencial da comunidade científica brasileira, oferecendo uma infraestrutura capaz de atender a demandas de pesquisas complexas. A e-Ciência transmite grandes volumes de informações em alta velocidade e de maneira otimizada, garantindo a segurança dos dados, já que opera sem acesso à internet. A expansão da rede contará com um investimento de R$ 45,5 milhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).

“O CNPEM foi a primeira instituição a demandar conectividade de 100Gbps, desde a época da construção do Sirius. Com isso, tivemos muitos aprendizados que serviram de base para o projeto da Rede de e-Ciência”, explica Leandro Ciuffo, diretor-adjunto de e-Ciência da RNP.

Para o CNPEM, uma das vantagens será a possibilidade de interagir com outras instituições de pesquisas e acessar serviços que vão garantir mais agilidade e velocidade na busca por resultados. Um exemplo disso será o acesso ao uso de supercomputadores para cálculos e processamentos de dados coletados pelo acelerador de partículas Sirius.

Além disso, as instituições que integram a rede vão poder compartilhar equipamentos e serviços, o que vai resultar em economia de recursos. A novidade beneficia tanto os pesquisadores do CNPEM quanto os que desenvolvem projetos nas instalações abertas de seus laboratórios.

Diretamente, a iniciativa terá impacto sobre a rotina de trabalho de 900 pesquisadores, dos quais 100 internos e 800 externos. Estima-se que, indiretamente, mais de 700 serão beneficiados. Projetos de novas infraestruturas de pesquisa do próprio CNPEM também poderão ser acelerados com esse salto na capacidade computacional.

Após a assinatura do convênio, começa o processo de avaliação dos recursos computacionais do CNPEM para integrá-los ao sistema da e-Ciência e orientar a aquisição dos equipamentos necessários para que seja possível a transmissão de dados sem o uso da internet.

Sobre o CNPEM

O CNPEM compõe um ambiente científico de fronteira, multiusuário e multidisciplinar, com ações em diferentes frentes do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). Organização social supervisionada pelo MCTI, o CNPEM é impulsionado por pesquisas que impactam as áreas de saúde, energia, materiais renováveis e sustentabilidade. Responsável pelo Sirius, maior equipamento científico já construído no Brasil, o CNPEM desenvolve o Projeto Orion, complexo laboratorial para pesquisas avançadas em patógenos.

Equipes altamente especializadas em ciência e engenharia, infraestruturas sofisticadas abertas à comunidade científica, linhas estratégicas de investigação, projetos inovadores com o setor produtivo e formação de pesquisadores e estudantes compõem os pilares da atuação deste centro único no país, capaz de atuar como ponte entre conhecimento e inovação. O CNPEM opera os Laboratórios Nacionais de Luz Síncrotron (LNLS), Biociências (LNBio), Nanotecnologia (LNNano) e Biorrenováveis (LNBR), além da Ilum Escola de Ciência, um curso de bacharelado em Ciência e Tecnologia, com apoio do Ministério da Educação (MEC).

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