Mulheres buscam conhecimentos sobre si próprias/Divulgação
Na próxima quinta-feira, 19 de novembro, é comemorado o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino. A data, que foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), tem o objetivo de incentivar e valorizar a entrada das mulheres no mundo dos negócios, estimulando a abertura de novas empresas, impulsionando o crescimento econômico e mudando a realidade de muitas mulheres em diversas regiões do planeta.
A presença feminina já é uma realidade em espaços que antes eram negados, mas apesar das mulheres estarem presentes em diversos setores, ainda há um longo caminho a ser percorrido, é o que afirma Pâmela Basso, empreendedora e especialista em Negócios Digitais. “Historicamente, as mulheres sempre empreenderam por necessidade em áreas ditas femininas e, hoje, todas as áreas são femininas, não existe mais esta divisão”, afirma.
Segundo a especialista, as mulheres são empreendedoras natas porque sempre buscam soluções para os problemas, além de serem muito intuitivas e inovadoras. “Vemos um avanço em mercados ‘masculinos’, como o financeiro, fintechs, tecnologia (20% são mulheres neste mercado) e muitos outros. Quando vemos mulheres como a Luiza Trajano, do Magazine Luiza, por exemplo, vemos como elas podem ser protagonistas da sua história e que empreendem, com suas características e vocações, e trazem com isso um grande poder de representatividade”, ressalta Pâmela.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres ainda recebem 20,5% menos que os homens e dedicam oito horas a mais nos afazeres da casa, mesmo tendo um nível maior de escolaridade. Se ampliarmos a análise ainda por cor ou raça, observa-se que é feito mais por mulheres negras (39,6%) e pardas (39,3%), do que por brancas (33,5%). “Somente este número já representa fortemente um dos desafios enfrentados pelas mulheres na carreira. No país a jornada feminina é mais sobrecarregada que a dos homens, menos remunerada e pouco reconhecida”, explica a empreendedora.
Empreendedorismo por paixão e vocação
A história de empreendedorismo de Pâmela Basso cruza com a de muitas mulheres que tem vocação por empreender no Brasil. Tendo como exemplo seu pai, Pâmela entrou de cabeça no mundo dos negócios em 2007, quando montou a sua primeira agência de comunicação. Infelizmente o negócio não prosperou, mas ela não desistiu. “Quando era pequena estava com ele (pai) o tempo todo no trabalho. Ele sempre tinha uma alternativa para qualquer problema. Isso me motivou a buscar sempre soluções, principalmente na minha jornada como empreendedora”, lembra.
No outro ano, em 2008, fundou a agência TON Marketing e Digital, que em 12 anos de atuação já atendeu mais de 200 organizações públicas e privadas. Mas ela não parou por aí. Em 2017, a especialista em Negócios Digitais entrou no ramo varejista e fundou, junto com a sua irmã, a ANIA Store, marca de acessórios femininos e infantis, presente em 11 canais de vendas online, dentre eles os maiores players do Brasil. Logo depois, também se tornou embaixadora no Sul do grupo “Mulheres no E-commerce”, que apoia mais de 16 mil mulheres no mercado do digital.
No outro ano, em 2018, recebeu o diagnóstico tardio de autismo do seu filho mais novo e teve a oportunidade de empreender de outra forma, por propósito, fundando a startup de negócio social Oi Caixinha. A startup é o primeiro Clube do Brincar especializado em crianças com deficiência do Brasil, com o propósito de conectar pais e crianças atípicas – com autismo e síndrome de Down – por meio do lúdico e do brincar.
Neste ano, com a pandemia ocasionada pela COVID-19, resolveu expandir ainda mais seus conhecimentos no empreendedorismo e co-fundou o Empreenda Tech, o primeiro Hub de soluções em negócios digitais, oferecendo mentorias e uma trilha de conhecimento para inclusão e transformação digital para micro e pequenas empresas. “Só será possível incentivar outras mulheres empreenderem se nos unirmos e buscarmos em outras mulheres maior força de representatividade e união”, comenta Pâmela Basso, empreendedora e especialista em Negócio Digitais.
Negócio social muda forma de empreender e impacta socialmente às mulheres
O negócio social não pode ser identificado como uma Organização sem fins lucrativos (ONG), nem Terceiro Setor e nem como um setor da economia tradicional. A especialista Pâmela Basso explica que com a startup Oi Caixinha mudou a sua visão como empreendedora. Segundo ela, no negócio social o foco já não é mais o lucro e sim faturamento para a sustentabilidade do negócio e, desta forma, impactar mais pessoas com o trabalho realizado. “Quanto mais faturamento eu tenho, mais eu consigo investir em desenvolver atividades, metodologias. Hoje trabalhamos com crianças com autismo e síndrome de Down, mas queremos ampliar para crianças com outros tipos de deficiência”, explica Basso, que ressalta que “o único futuro possível é ter negócios mais éticos para ter uma sociedade mais ética e garantir nossa existência aqui no planeta. Visar impacto e menos lucro para todos e sim mais lucro social. Inclusive voltado à mulheres”.