Jornal de Campinas

Indústrias da região devem ter piora no cenário econômico os próximos seis meses

Anselmo Riso, diretor do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas e Valmir Caldana, primeiro vice-diretor do Ciesp-Campinas e diretor do Departamento Jurídico do Ciesp-Campinas/Divulgação

Indústrias da região

Cerca de 64% das associadas do Ciesp-Campinas apontam que terão restrições, caso se confirme o tarifaço dos Estados Unidos

O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Regional Campinas apresentou nessa quarta (30), pesquisa de Sondagem Industrial de julho, realizada com as indústrias da região associadas, abordando as expectativas para o cenário econômico nos próximos seis meses e os desdobramentos que podem ocorrer, caso a meta fiscal do governo não seja cumprida.

Na apresentação, o primeiro vice-diretor do Ciesp-Campinas, Valmir Caldana, informou que uma rápida consulta realizada junto às associadas da Regional, indicou que 64% delas terão algum tipo de restrição nos seus negócios, caso o tarifaço de 50%, imposto pelo governo dos Estados Unidos seja efetivado.

diretor do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas, Anselmo Riso, afirmou que no acumulado de janeiro a junho deste ano, as exportações para os Estados Unidos foram de US$ 338,55 milhões, enquanto as importações nesse mesmo período foram de US$ 1,113 bilhão. Isso representa um déficit de US$ 775 milhões na balança comercial do Brasil, em relação aos Estados Unidos.

Riso em relação ao tarifaço, acrescentou que o Ciesp Estadual está realizando um mapeamento desse quadro, incluindo todas as regionais da entidade. “Qualquer análise definitiva sobre essa questão ainda é prematura, uma vez que há a expectativa do tarifaço de 50% ser reavaliado pelo governo dos Estados Unidos”.

O diretor explicou ainda que entre os principais produtos que as associadas da Regional Campinas exportam para os Estados Unidos são combustíveis e óleos minerais, caldeiras, borrachas, máquinas, aparelhos e materiais elétricos e suas partes.

Em relação a Sondagem Industrial, para 67% das empresas associadas, o não cumprimento da meta fiscal deve provocar elevação dos custos operacionais, juros mais altos, inflação e redução da competitividade. Foi apontado por 22% delas, que haverá aumento da incerteza e volatilidade, bem como dificuldade para investimentos e acesso ao crédito. Já para 11% das respondentes, ocorrerá redução da demanda interna, devido a menor confiança de consumidores e empresas. Nenhuma das empresas associadas assinalou o item referente a ‘Nenhum impacto’.

Na questão referente a expectativa para o ‘cenário econômico brasileiro nos próximos seis meses’, 83% das respondentes assinalaram o item ‘vai piorar’; 6% marcaram ‘vai ficar como está’ e 11% das empresas afirmaram ‘não ter avaliação’. Nenhuma das empresas pesquisadas assinalou o item ‘vai melhorar’.

O vice-diretor do Ciesp-Campinas, Valmir Caldana, explicou que, os indicadores da Sondagem Industrial, tais como: volume de produção, número de funcionários e faturamento, permaneceram relativamente estáveis em relação ao mês anterior. Ele destacou ainda, como indicador positivo, o fato que 44% das associadas operaram com a sua capacidade instalada de produção entre 70,1% e 80% e 17% das associadas declararam essa capacidade de produção, entre 80,1% e 100%.

 

Balança Comercial Regional 

 

Em junho de 2025 o valor exportado foi de US$ 315,1 milhões – 11,04 % menor que em junho de 2024. O acumulado no ano (período de janeiro a junho) foi de US$ 1,734 bilhão – 1,33% maior que no mesmo período de 2024.

Já as importações no mesmo mês foram de US$ 1,283 bilhão – 29,22% maior do que em junho do ano passado. O acumulado no ano é de US$ 6,733 bilhões – 15,96% maior que no mesmo período de 2024.

O déficit em junho de 2025 foi de US$ 968 milhões – 36,50% maior que o registrado em junho de 2024. O déficit acumulado no ano é de US$ 4,999 bilhões – 22,07% maior que no mesmo período de 2024.

 

Principais exportadores e importadores regionais

 

Em junho de 2025, os principais municípios exportadores da Regional Campinas do Ciesp foram, pela ordem: Campinas (26,68%), Paulínia (25,31%), Sumaré (16,44%), Mogi Guaçu (7,21), Santo Antônio de Posse (5,72%) e Valinhos (4,45%).

Já os municípios que mais importaram foram: Paulínia (46,64%), Campinas (19,80%), Hortolândia (9,55%), Jaguariúna (7,91%), Sumaré (6,36%) e Valinhos (4,56%). O percentual do município refere-se a sua participação em relação ao total da Regional no Balanço Mensal.

Os três principais destinos das exportações da indústria regional em junho de 2025 foram: Estados Unidos (US$ 56,99 milhões – 18,09%), Argentina (US$ 50,58 milhões –16,05%) e Holanda (US$ 24,75 milhões – 7,85%).

Principais países de origem das importações para a região: China (US$ 428,76 milhões – 33,41%), Estados Unidos (US$ 227,47 milhões – 17,73%) e Índia (US$ 84,70 milhões – 6,60%).

 

Link vídeo Valmir Caldana – Repercussão do possível tarifaço dos Estados Unidos – https://youtu.be/W1KZUFdTbdA

 

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