Trabalhos do artista pernambucano José Barbosa da Silva podem ser vistos até 29 de maio
O Museu de Arte Contemporânea de Campinas (MACC) recebe a exposição “Eu Vi o Mundo…”, que reúne trabalhos de José Barbosa da Silva, um artista brasileiro, nascido em Pernambuco, e de carreira internacional. Ele utiliza múltiplos meios de expressão: é pintor, desenhista, entalhador, escultor, ilustrador e gravador. O público poderá visitar a mostra de 6 de março até 29 de maio, de terça a sexta: 9h às 17h; sábado: 9h às 16h. Com entrada gratuita, a exposição é inédita em Campinas.
A realização é da Facamp, que completa 20 anos de atividades e, como presente para Campinas, traz esta exposição para o MACC. A iniciativa também marca os 55 anos do museu municipal e conta com o apoio da Prefeitura de Campinas.
José Barbosa da Silva tem 72 anos e já marcou a história das artes brasileiras: participou do início da Tropicália, do Cinema Novo e do movimento Nova Figuração, de artes plásticas. A mostra reúne mais de 60 obras – esculturas, talhas e telas.
O artista, de Olinda, Pernambuco, aprendeu a entalhar ainda menino com o seu pai, marceneiro, e a pintura, que descobriu mais tarde, quando foi viver em Paris na década de 1970.
O título da exposição “Eu Vi o Mundo…”, remete à obra do pintor também pernambucano Cícero Dias, “Eu Vi O Mundo… Ele Começava no Recife”. “A monumental tela do modernista pernambucano, realizada em 1929 e considerada como um dos marcos fundadores do Modernismo no Brasil, pertence ao mesmo universo onírico e aventuroso de Barbosa”, diz a curadora da exposição, Maria Hirszman, que escreveu o texto de apresentação. Nele, a curadora descreve como José Barbosa da Silva sabe combinar, como poucos, um profundo interesse pelo mundo a sua volta com um fascínio permanente por elementos alegóricos, carregados de potência simbólica. “Suas telas e talhas são povoadas por seres místicos, que o acompanham há décadas, como o pássaro branco de asas abertas e bico perfurante, os peixes arredondados que nadam por toda a parte, as figuras femininas ao mesmo tempo sensuais e maternas, ou os buquês de flores que deslumbram por suas formas e cores. São composições complexas, cuidadosamente simétricas num equilíbrio elegante. Uma de suas qualidades é a capacidade de aventurar-se por diferentes caminhos em busca de uma expressão ao mesmo tempo autoral e universal. A capacidade de aliar diferentes referências, temáticas e gêneros dão liberdade à obra do artista”.