Além da campanha já conhecida do Novembro Azul, o mês ainda traz o alerta sobre o câncer infantil e da importância da conscientização da doença
Os dias 23 e 27 de novembro são datas importantes e que precisam ser lembradas. Respectivamente, representam o Dia do Combate ao Câncer Infantil e Dia do Combate ao Câncer. Para a Casa Ronald Campinas, as datas simbolizam um grande passo para a conscientização da doença que, segundo a recente pesquisa divulgada em agosto pela Agência para a Pesquisa do Câncer, entidade ligada a Organização Mundial da Saúde – OMS, aumentará 78% nos próximos 20 anos.
Os números assustadores da pesquisa revelam que no mundo 29,4 milhões de novos casos podem aparecer até 2040 e a taxa de mortalidade, que hoje é de 9,6 milhões, chegará a 16,3 milhões no mesmo ano. Especificamente no Brasil, a pesquisa revela um aumento expressivo e preocupante, sendo o maior salto no número de novos casos entre as principais economias, segundo a pesquisa. A incidência poderá chegar a 78,5% da população e 998 mil novos casos registrados nas próximas duas décadas.
Para o presidente da Casa Ronald Campinas, Carlos Eduardo Murrer Gomes, os dados são impactantes. “As pesquisas mostram dados preocupantes e nos fazem ficar em estado de alerta, mas acreditamos na continuidade do nosso trabalho que tem conscientizado cada vez mais pessoas e no trabalho realizado pelo Instituto Ronald McDonald no Brasil todo, buscando aumentar o diagnóstico precoce e, consequentemente, as chances de cura.”
Entre os diversos tipos de câncer, os que mais matam são o câncer de mama e o de próstata, porém não podemos deixar de falar do câncer infantil que representa hoje, no Brasil, 8% da primeira causa de morte por doenças entre crianças e adolescentes na faixa etária de um a 19 anos e 12% dos óbitos na faixa etária de um a 14 anos. A taxa de cura para a doença nessa idade é alta, quando descoberto precocemente e tratado em centros especializados, chegando em até 80% de chances de cura.
Para combater a doença os pais devem ficar atentos aos sintomas do câncer infantil para conseguir ajudar seus filhos. Se a criança apresentar perda de peso contínua e inexplicável, dores de cabeça com vômito no período da manhã, aumento do inchaço ou dor persistente nos ossos ou articulações, protuberância ou massa no abdômen, pescoço ou qualquer outro local, desenvolver uma aparência esbranquiçada na pupila ou mudanças repentinas na visão, febre recorrentes não causadas por infecções, hematomas excessivos ou sangramentos, geralmente repentinos, palidez ou cansaço prolongado, os genitores devem levar seus filhos ao médico, pois são sintomas da doença.
Carlos Eduardo ainda faz um alerta para a população. “As pessoas têm que ficar atenta aos sintomas, procurar um médico, fazer consultas regulares e principalmente levar seus filhos ao pediatra para um acompanhamento. É importantíssimo esse acompanhamento para descobrir os sintomas e começar um tratamento o quanto antes.”
O Instituto Ronald McDonald desenvolve e coordena programas que possibilitam o diagnóstico precoce, o encaminhamento adequado, o acolhimento e o atendimento integral de qualidade para os jovens pacientes e seus familiares, criou o Programa Diagnóstico Precoce, com objetivo contribuir para a identificação antecipado do câncer em crianças e adolescentes e de reduzir o tempo entre o aparecimento de sinais e sintomas e o diagnóstico em um serviço especializado, contribuindo para o aumento das possibilidades de cura.
Até o momento, o Programa Diagnóstico Precoce do IRM foi implementado em 212 municípios do Brasil através da execução de 84 projetos, envolvendo parcerias entre gestores do SUS, instituições de apoio à criança com câncer, instituições de ensino, hospitais de tratamento, sociedades científicas e outras organizações da sociedade civil e já houve um aumento de 23% na detecção de crianças com suspeita de câncer nas áreas em que as equipes foram capacitadas pelo programa e redução de 61% no tempo de trajetória dos casos suspeitos desde a percepção dos sinais e sintomas até a chegada ao centro de referência.
A Casa Ronald Campinas foi criada para ajudar as crianças e suas famílias a passarem por esse momento difícil e doloroso. Recém completados 27 anos de atuação, a instituição acolhe crianças que passam pelo tratamento do câncer, dando hospedagem, alimentação e transporte para realizarem o tratamento, principalmente no Hospital Infantil Boldrini e na Unicamp.