Jornal de Campinas

Operação Estiagem monitora a cidade e previne ameaças causadas pela seca

A dama, o vagabundo e suas inversões

Nossas atitudes refletem na sociedade

A Operação Estiagem 2022 foi aberta oficialmente nesta sexta-feira, dia 29 de abril, em evento na Sala Azul. As ações têm início no dia 1º de maio e se estendem até 30 de setembro, período mais seco do ano, quando aumenta o risco de focos de incêndio, doenças respiratórias e crises hídricas. A Operação é realizada anualmente e a deste ano foi oficializada pelo decreto nº 22.100, publicado no Diário Oficial de 14 de abril.

Representando o prefeito de Campinas, Dário Saadi, o secretário Municipal de Governo, Michel Abrão Ferreira, declarou aberta a operação e destacou a importância da união entre os diversos órgãos municipais para a realização do trabalho de prevenção. “Campinas tem 800 quilômetros quadrados de área e a maior parte é rural, com grande área de preservação ambiental, matas e variedade de animais silvestres. A chuva em excesso traz muitas consequências, mas a falta dela também traz consequências terríveis”, disse.

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Esta edição terá como destaque a formação de comunidades resilientes, com o projeto-piloto na área de proteção ambiental voltada para a APA Campinas, nos Distritos de Sousas e Joaquim Egídio. A ação envolve treinamento do SISS-Geo (plataforma da Fundação Oswaldo Cruz para monitoramento da fauna), aproximação com o Congeapa (Conselho de Gestão da APA) e treinamento de brigadas voluntárias.

O Centro de Resiliência a Desastres dará suporte às capacitações em parceria com o Corpo de Bombeiros. Também está prevista a atualização da lei das queimadas e a integração intermunicipal, com capacitação de municípios da Região Metropolitana de Campinas.

A Operação, coordenada pela Defesa Civil, é acompanhada pelo comitê gestor formado por sete secretarias municipais, uma autarquia e uma empresa pública. O grupo contribui no planejamento, articulação, coordenação, execução e avaliação das ações de prevenção e controle dos efeitos da estiagem no município. Durante a operação, a Defesa Civil acompanha os índices de baixa Umidade Relativa do Ar (URA) e a previsão meteorológica; realiza vistorias de campo para verificar a vazão dos mananciais e prevenir focos de incêndios em área de cobertura vegetal.

O coordenador regional e diretor da Defesa Civil de Campinas, Sidnei Furtado, contou que a Operação existe desde 1991 e a junção de esforços foi um dos grandes ganhos para as atividades. “A estiagem é muito mais complicada do que a Operação Verão. Felizmente, temos um espaço de sistema integrado. Antes ficava a cargo somente do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil e as dificuldades eram imensas”.

Aumento de incêndios e queimadas

O secretário do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Rogério Menezes, lembrou que durante a operação do ano passado houve um aumento de 76% em relação aos focos de incêndio, em relação a 2020. Ele ressaltou que um ato simples como jogar uma bituca de cigarro para fora do carro pode causar uma reação em cadeia, com queimadas em áreas de floresta, e chamou a atenção ainda para a soltura de balões ou de fogos de artifício, atitudes que não devem mais ocorrer. “A conscientização precisa evoluir, afirmou”.

Para o subcomandante do 7º Grupamento do Corpo de Bombeiros, Major Sabino, a prevenção evita grandes tragédias. “A Operação Estiagem é de suma importância para o Corpo de Bombeiros e para Campinas. Na área ambiental, a prevenção e a educação pública vêm antes da resposta”. Ele contou também que, neste ano, o Corpo de Bombeiros também fará prevenção móvel, com duas picapes que circularão nas áreas das APAs Campo Grande e Campinas.

Também presente no evento, a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Andrea von Zuben, ressaltou os efeitos na saúde causados pelo período seco. “Juntamos a sazonalidade das doenças respiratórias e o agravante das queimadas, afetando principalmente as crianças. Por isso a importância deste trabalho”.

A apresentação das atividades a serem realizadas foi feita pela coordenadora de Fiscalização Ambiental da Secretaria do Verde, Heloísa Fava Fagundes. Ela informou que o foco das ações será a prevenção dos efeitos da estiagem. A tecnologia auxiliará a fiscalização, com o Sistema de Informação em Saúde Silvestre (SISS-Geo) da Fundação Osvaldo Cruz, utilizado para obter informação da circulação de doenças em animais silvestres antes que acometam humanos, e as vistorias realizadas no entorno do Aeroporto de Viracopos para detectar a presença de aves.
 


Outra tecnologia a ser empregada será o monitoramento via imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), seguido de vistoria de constatação de incêndios e queimadas.

Também participaram do evento o subcomandante do 7º Grupamento do Corpo de Bombeiros, Major Sabino, e o Comandante Interino do Comando de Policiamento do Interior 2, Tenente Coronel Eduardo Yasui; o presidente da Mata Santa Genebra, Cidão Santos; a comandante da Guarda Municipal de Campinas, Maria de Lourdes Soares e a coordenadora da Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ), Elen Fagundes Costa.


Composição do Comitê

O Comitê da Operação é formado por representantes das secretarias municipais de Governo; de Saúde; do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; de Serviços Públicos; de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos; de Educação e de Cooperação nos Assuntos de Segurança Pública. Também integram o Comitê a Sanasa e a Fundação “José Pedro De Oliveira” – Mata Santa Genebra.

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