Jornal de Campinas

Pesquisa do Procon-SP aponta diferença de até 900% nos preços de medicamentos genéricos

Consumidor deve pesquisar preço antes de comprar/divulgação

Levantamento fez comparações entre os medicamentos genéricos e os de referência; os valores foram coletados em sites e lojas físicas do interior e litoral do Estado

A pesquisa do Procon-SP sobre preços de medicamentos constatou este ano diferenças importantes de até 969% na comparação entre os produtos genéricos, sendo a maior delas no município de Presidente Prudente, onde a Nimesulida com apresentação de 100 mg e 12 comprimidos era encontrada a R$ 31,96 em uma farmácia e a R$ 2,99 em outra, no dia da coleta dos preços.
 

Na comparação entre os de referência, a maior variação foi na cidade de Guaíra com o medicamento Lasix (Furosemida), do fabricante Sanofi-Aventis, apresentação 40 mg com 20 comprimidos sendo vendo R$ 23,94 em um local e R$ 9,00 em outro, uma variação de 166%.
 

O objetivo deste levantamento anual de preços do Procon-SP é oferecer valores de referência para os consumidores paulistas e reforçar a importância de se pesquisar os preços em vários estabelecimentos antes de comprar.
 

Nesta edição da pesquisa, além da coleta dos preços em sites das principais redes de farmácias – seis portais pesquisados tendo como referência um endereço na região central da cidade de São Paulo –, foram verificados os valores de venda em 126 lojas físicas do interior e litoral de São Paulo, entre os dias 5 a 7 de junho. A equipe do núcleo de pesquisas da capital foi a responsável pelos sites e os especialistas dos Núcleos Regionais do Procon-SP, pelos estabelecimentos nas cidades de AraçatubaAraraquaraBauruBebedouroCampinasGuaíraJundiaíMaríliaOurinhosPraia GrandePresidente PrudenteRibeirão PretoSantosSão José dos CamposSão José do Rio PretoSão Vicente e Sorocaba.
 

Nas cidades de Araçatuba, Araraquara, Bebedouro, Campinas, Guaíra, Jundiaí, Marília, Ourinhos e São José do Rio Preto as equipes dos Procons municipais participaram do levantamento.
 

Genéricos e Referência

O levantamento também comparou os preços médios dos genéricos com os de referência com a mesma apresentação. Em todos os estabelecimentos os preços médios dos genéricos estavam mais baratos do que os de referência, sendo que a maior diferença encontrada foi em Praia Grande (65,64%).
 

Comparação 2022 e 2023 – sites

Especificamente nos dados levantados nos sites pela equipe da Capital, foram comparados 23 itens comuns às pesquisas deste ano e do ano passado e constatou-se uma variação positiva de 9,84% no preço médio, acima, portanto do IPCA (IBGE) do período analisado, que apresentou variação de 3,94%.
 

Orientações para o consumidor

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) determina que as farmácias e drogarias não podem ultrapassar o preço máximo permitido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED); a lista de preços máximos é disponibilizada no site da ANVISA para consulta.
 

As variações encontradas no mercado podem ocorrer em razão de descontos concedidos, que são estabelecidos de acordo com critérios livremente estabelecidos pelos fornecedores, condições locais de mercado e outros fatores e condições comerciais que influenciam na formação dos preços.
 

Além disso, algumas drogarias de rede estabelecem políticas comerciais diferentes para cada canal de venda (site, loja física, telefone) e sistemas de franquia nem sempre adotam uma política única de preço entre os próprios franqueados, o que pode resultar em ofertas diferentes.
 

Medicamentos controlados (os que possuem tarja preta na sua embalagem, antibióticos e alguns outros definidos pela Anvisa) não podem ser vendidos sem apresentação e retenção da receita médica original. Os sites podem oferecer o remédio, informar o seu preço, mas não podem fornecê-los sem a prévia apresentação e devida retenção da receita.
 

Ao comprar um medicamento é recomendável checar se o produto é oferecido por programas sociais dos governos federal, estadual e municipal gratuitamente ou com descontos significativos.
 

É importante também que o consumidor observe se o número do lote, a data de validade e a data de fabricação que constam na embalagem são iguais aos dados informados nas cartelas ou frascos.
 

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