Diante do iminente colapso na oferta de leitos para pacientes graves de Covid-19 em Campinas, o prefeito Dário Saadi incorporou hoje o Hospital Metropolitano, que passará a ser administrado pela Rede Mário Gatti. Até o final da semana, haverá ampliação na oferta de leitos de UTI, de enfermaria e de observação na rede formada pelos hospitais municipais Mário Gatti e Ouro Verde e nas unidades de pronto atendimento (UPAs) e agora também pelo Hospital Metropolitano.
Hoje, a Rede Mário Gatti tem 65 leitos de UTI, 92 de enfermaria e 16 de observação. Em cinco dias, informou o presidente da rede, Sérgio Bisogni, a disponibilidade será ampliada para 79 leitos de UTI, 116 de enfermaria e 29 de observação.
Uma contratação emergencial vai permitir que, em duas semanas, essa estrutura passe a contar com oferta de 99 leitos de UTI, 158 de enfermaria e 29 de observação.
A ampliação de disponibilidade, que começa esta semana, inclui aumento no número de leitos de UTI exclusivo para pacientes com Covid no Hospital Municipal Mário Gatti, o ingresso de leitos do Hospital Metropolitano (serão 37, sendo dez de UTI, 20 de enfermaria e sete de observação esta semana), além de incremento na oferta no Hospital Ouro Verde e na UPA Anchieta.
O prefeito informou que a decisão de incorporar o Hospital Metropolitano ocorre diante da proximidade de colapso no atendimento aos pacientes com Covid-19. A compra de leitos na rede privada se mostra inviável, segundo ele, diante da pressão que os hospitais particulares também estão vivendo para atender pacientes graves infectados pelo novo coronavírus e também os acometidos por outras doenças.
“Analisamos muito antes de tomar essa decisão, avaliamos outras possibilidades, mas a oferta de leitos na cidade está crítica tanto na rede pública quanto privada”, disse. Dário informou que a Prefeitura não está expropriando o Metropolitano, mas sim requisitando o hospital e os equipamentos para atender o Sistema Único de Saúde em Campinas durante o período da pandemia.
Um novo convênio com o Metropolitano, como ocorreu no ano passado, foi descartado por parecer jurídico. O secretário de Justiça, Peter Panutto, explicou que, na situação anterior, a Prefeitura passou por insegurança jurídica no contrato porque o hospital passa por recuperação judicial e tem ordem de despejo para desocupar o espaço.
“Recebemos inúmeros ofícios do Ministério Público Federal, Polícia Federal, questionando a contratação do hospital diante dessa fragilidade jurídica de sua situação. Não havia nenhuma possibilidade de fazer nova contratação. O decreto publicado hoje está amparado na Constituição, estamos priorizando o interesse público”, afirmou o secretário.