O Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) em Campinas está monitorando 30 escolas – 23 da rede particular de ensino e 7 da rede estadual -, que estão com casos suspeitos ou confirmados de Covid-19. O trabalho consiste em orientar as unidades de ensino sobre como agir e quais são os protocolos a serem adotados na volta às aulas presenciais.
“Temos tido notícias de escolas que estão fechando por terem casos suspeitos ou confirmados de coronavírus entre alunos e professores. É importante que pais, alunos e gestores das escolas estejam bem informados sobre como proceder neste momento”, explicou a enfermeira do Devisa Christiane Sartori.
Protocolos
No hotsite covid-19.campinas.sp.gov.br/ – Protocolos Sanitários do Município de Campinas – foram publicados três documentos com todas as orientações necessárias: os “Cadernos 1 e 6” e o “Diretrizes para ações de prevenção e controle frente aos casos de Covid-19 em alunos de instituições de ensino”.
Casos de contaminação
Das 30 escolas monitoradas, em apenas uma houve surto confirmado. “O surto é caracterizado quanto se tem dois ou mais casos em um mesmo ambiente, que tenham relação entre eles e estejam em um período de 14 dias, que é o tempo de incubação da Covid-19. Por exemplo, na mesma sala de aula podemos ter dois alunos sintomáticos ou um professor e um aluno”, explicou Christiane. “Neste caso, os contactantes diretos que tiveram contato sem máscara, a menos de 1 metro de distância e por um período superior a 15 minutos são orientados a fazer isolamento por 14 dias, bem como outros sintomáticos; os demais serão observados”, completou. Tanto nas situações de casos suspeitos como de casos confirmados, a escola fica em observação, ou seja, sendo monitorada pelas equipes da Vigilância por 14 dias. “Nem sempre há transmissão na escola, a maior parte das infecções destes casos acompanhados ocorreram dentro das casas, em ambiente domiciliar”, destaca.
Cuidados dentro e fora da escola
Alguns cuidados são essenciais dentro e fora das escolas. O uso de máscara é obrigatório e só deve ser retirada quando a pessoa for se alimentar e que esse período não ultrapasse 15 minutos e tenha distanciamento de 1,5m entre as pessoas. Também é importante intensificar a higiene das mãos, lavando-as com água e sabão ou usando álcool gel a 70%. As medidas valem para funcionários das escolas e para estudantes.
As escolas também devem reforçar a limpeza das carteiras e dos espaços de uso comum.
Responsabilidade compartilhada
Em um momento de pandemia, a responsabilidade sobre os cuidados deve ser compartilhada. Nos documentos divulgados pela Secretaria de Saúde para as unidades de educação, há orientações de como a família, a escola e a Vigilância devem proceder.
“A observação deve começar em casa. Estudantes sintomáticos não devem ir para a escola e a instituição deve ser informada para que as medidas sanitárias sejam adotadas. A escola tem que notificar a Vigilância em Saúde, que acompanhará a evolução dos casos”, disse Christiane Sartori.
As pessoas – alunos ou funcionários – que forem casos suspeitos ou confirmados devem ser afastadas imediatamente do convívio social a partir do momento da suspeita. Além disso, o aluno ou funcionário que for contato de algum caso de familiar suspeito ou confirmado também não devem frequentar as aulas presenciais, desde o início dos sintomas da pessoas doente.
Orientação às escolas:
– identificar precocemente sinais e sintomas compatíveis com Covid-19 em crianças e adolescentes;
– manter crianças e adolescentes suspeitos ou confirmados de Covid-19 sob afastamento social, incluindo-se as atividades escolares. O mesmo vale para os que tiveram contato com casos suspeitos ou confirmados;
– informar, o mais precocemente possível, a administração da instituição de ensino sobre possíveis casos suspeitos ou confirmados que tenham frequentado atividades presenciais no estabelecimento;
– aferir a temperatura, aplicar um questionário/check list diário sobre sinais e sintomas e monitorar e contatar os familiares de alunos que faltarem;
– informar imediatamente (em até 24 horas após o conhecimento do caso) o serviço de Vigilância em Saúde Regional/Visa ou a Unidade Básica de Saúde que seja referência da escola.