Alunos de Arquitetura e Urbanismo analisam, “in loco”, projetos em Ubatuba/Divulgação PUC Campinas
Vivência “in loco” organizada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Campinas será nos dias 17 e 18 de abril, percorrendo as cidades de Americana, Limeira, Rio Claro, Itirapina, Jaú, Igaraçu do Tietê, Águas de São Pedro, São Pedro e Piracicaba, região onde está localizada a bacia do rio Piracicaba.
A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Campinas tem provocado os alunos do segundo ano a analisarem, “in loco”, os aspectos socioeconômicos ambientais que influenciam a ocupação da bacia hidrográfica. Este ano, a vivência será realizada por um grupo de 60 alunos, na próxima semana, nos dias 17 e 18 de abril, percorrendo as cidades de Americana, Limeira, Rio Claro, Itirapina, Jaú, Igaraçu do Tietê, Águas de São Pedro, São Pedro e Piracicaba, região onde fica a bacia do rio Piracicaba. Essa bacia tem uma área de aproximadamente 12.400 km², sendo 90,32% no estado de São Paulo e 9,68% em Minas Gerais, onde se localizam as cabeceiras dos rios Jaguari, Camanducaia e Atibaia. No ano passado, o grupo percorreu a os municípios de Caraguatatuba, Ubatuba, São Luiz do Paraitinga e Aparecida.
O objetivo é fazer com que os futuros arquitetos e urbanistas estejam cada vez mais atentos e preparados para considerar as questões ambientais e de sustentabilidade em seus projetos para tentar minimizar os problemas e tornar a convivência das pessoas mais agradável. Desta forma, os percursos escolhidos em cada vivência revelam não apenas a estética dos lugares, mas, também, as interações complexas com cada comunidade e o ambiente que as cerca, o que vai muito além da simples observação dos aspectos arquitetônicos.
Meio ambiente e ocupação urbana
A cada ano são escolhidos locais que permitam, em um período curto (dois dias), visitar o máximo possível de espaços que apresentem situações em que exista, de maneira didática, a relação entre a sociedade, a economia e o ambiente com a Arquitetura e o Urbanismo. Neste semestre, o viés adotado é a influência da água na paisagem (bacias hidrográficas e recargas de aquífero e processos erosivos) e como tudo isso interfere na ocupação humana. Também são observados os efeitos dos eventos extremos (chuvas fortes e calor intenso), ocupação de áreas suscetíveis a movimento de massas, populações afetadas por enchentes e deslizamentos, doenças provocadas por vetores, desconforto térmico e a segregação da população de baixa renda.
Essas atividades buscam despertar nos alunos a observação do ambiente com um olhar que considere a natureza essencial para a vida das pessoas nas cidades. Essas observações incluem questões bem práticas, como a perspectiva do conforto térmico (diante da previsão de mudanças climáticas e eventos extremos), a relação com a água (cada vez mais escassa para o abastecimento e tendo que ser trazida de cada vez mais longe, além de gastos com o seu tratamento) e até questões de saúde, como a relação com vetores de doenças. “Pretendemos fazer com que os futuros arquitetos e urbanistas compreendam que não é preciso disputar espaço com a natureza. Que considerem também os impactos de seus projetos, ponderando questões ambientais. Por isso, é preciso, a partir da teoria das salas de aulas, desenvolver as competências também em atividades práticas”, explica o professor Estéfano Seneme Gobbi, que ministra a disciplina de Estudos Socioeconômicos para a Arquitetura e Urbanismo, ao lado da professora Jane Victal.
No ano passado, quando da visita ao litoral norte paulista e Vale do Paraíba, os alunos puderam compreender, entre outras experiências, o impacto das inundações do rio Paraitinga na cidade de São Luiz do Paraitinga, e o convívio periódico dos moradores com esses eventos. Em 2009/2010, a cheia do rio fez ruir a igreja e grande parte da cidade teve que ser reconstruída. Observaram, ainda, questões ambientais próprias do litoral, como o avanço do nível do mar, chuvas intensas e a segregação socioespacial, provocada pela especulação imobiliária e atividades turísticas que recebem visitantes nos espaços urbanos mais nobres – junto à beira-mar, deslocando a população residente de menor faixa de renda para as encostas, onde estão sujeitas a quedas de barreiras, por exemplo.