País apresenta a maior taxa de ansiedade global, que atinge 9,3% dos brasileiros
Atualmente, 322 milhões de pessoas sofrem com depressão, correspondendo a 4,4% da população mundial, de acordo com último relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que traz dados sobre a saúde mental no mundo. Somente nos últimos 10 anos, esse índice aumentou 18,4%. Os resultados também sinalizam a necessidade de uma preocupação maior para o Brasil, que ocupa o primeiro lugar no ranking dos países mais deprimidos e ansiosos da América Latina. Nós também temos a maior taxa de ansiedade global, que atinge 9,3% dos brasileiros.
Os dados também indicam tendências sobre o comportamento das pessoas, principalmente, em algumas épocas do ano, como em dezembro e janeiro, que estão relacionados à mudanças e novos planos, afetando ainda mais quem sofre com algum tipo de transtorno. Nesses períodos são comuns balanços dos meses passados, que podem gerar frustração, além das perspectivas em relação a um novo ciclo e às realizações de novos projetos.
O psicólogo, especialista em Medicina Comportamental pela UNIFESP e hipnoterapeuta, Valdecy Carneiro, explica que nos meses de dezembro e janeiro, existe uma intensificação nas campanhas de saúde mental. “As expectativas para o ano que está começando e a análise do ano que termina, costumam deixar as pessoas mais angustiadas e depressivas, aumentando os índices de suicídio. As campanhas de prevenção são importantes para quem sofre com qualquer tipo de transtorno, pois reforçam a necessidade de se buscar ajuda e indicam como fazê-lo”, explica Carneiro. Dados do Centro de Valorização da Vida (CVV) revelam que somente em dezembro existe um aumento de 15% no número de ligações recebidas por pessoas que procuram apoio emocional, em relação a outros meses.
Alguns comportamentos merecem atenção, já que podem sinalizar que a pessoa está com problemas em relação à saúde mental e que necessita de ajuda. O psicólogo lista alguns sintomas que são mais comuns para quem sofre de depressão, como irritar-se frequentemente, chorar sem motivos e manifestar humor oscilante. “As reclamações frequentes de insatisfação consigo, demonstrando baixa autoestima, também estão relacionadas a sentimentos de inadequação e rejeição”, explica Carneiro.
O psicólogo também ressalta que é sempre importante procurar ajuda de um profissional, que irá identificar o tipo de transtorno, além de orientar o tratamento mais indicado. Carneiro explica que existem terapias integrativas e complementares, como a hipnose, que costuma ser uma boa aliada nessa fase, dispensando o uso de medicamentos. “A hipnoterapia com um profissional bem treinado e qualificado pode auxiliar na reprogramação e ressignificação dos programas mentais”, comenta Carneiro. Segundo o especialista, o método que foi incorporado recentemente pelo SUS (Sistema Único de Saúde), ajuda a proporcionar uma vida com mais satisfação, além de sentimentos de adequação e de propósito.
Valdecy Carneiro é psicólogo, especialista em Medicina Comportamental pela UNIFESP e doutorando em Psicologia. É também presidente da Sociedade InterAmericana de Hipnose (SIAH), que realiza atendimentos clínicos e também forma hipnoterapeutas no Brasil e Exterior.