Hospital Vera Cruz/Foto: Matheus Campos
“Descobri o glaucoma quando tinha 42 anos, após um acidente no qual o assoalho da órbita do meu olho se rompeu. Não tive sintomas, apenas conhecia o antecedente familiar da doença, do avô materno”, conta o engenheiro de alimentos Gilberto Guitte Gardiman, de 67 anos, sobre a detecção da pressão alta nos olhos. “Desde então, sigo fazendo o tratamento, que consiste na aplicação de colírios e no monitoramento periódico por meio de exames”.
Gilberto faz parte das 80 milhões de pessoas em todo o mundo (pouco mais de 1% da população global) que sofrem com glaucoma, uma doença ocular causada principalmente pela elevação da pressão intraocular e que provoca lesões no nervo óptico e leva à perda progressiva e irreversível da visão. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que no Brasil a doença, cujo dia de conscientização e combate é celebrado nesta terça-feira (24), atinja cerca de 1 milhão de pessoas. Segundo estudos internacionais, 111,8 milhões de pessoas devem ser acometidas pela condição até o ano de 2040.
Segundo a oftalmologista Carolina Gracitelli, há vários tipos de glaucoma, tais como o de ângulo aberto, ângulo fechado, secundário e congênito. “O mais comum é o primário de ângulo aberto, em que a visão vai se perdendo aos poucos e não se consegue recuperar o que foi perdido. Por isso, o quanto antes for diagnosticado, mais chances de evitar a perda definitiva da visão e, portanto, é importante fazer visitas regulares a um especialista”, pontua.
A médica esclarece ainda que, por ser uma doença assintomática, a enfermidade é a principal causa de cegueira irreversível no mundo. Ela alerta para os fatores de risco: “No início, o paciente não sente nada, não há sinais visíveis no olho. As pessoas com histórico familiar em parentes de primeiro grau devem ter cuidado redobrado. Genética, idade avançada, aumento da pressão intraocular, algumas etnias, miopia e diabetes são outros gatilhos”, detalha.
Na visão da dra. Carolina, a prevenção está na frequência com que se vai ao oftalmologista. “Todas as pessoas acima dos 40 anos e aquelas que possuem alguns fatores de risco devem fazer um exame oftalmológico completo a fim de detectar sinais prematuros do glaucoma, entre outras doenças”.
Ela esclarece, ainda, que o diagnóstico é feito com um exame completo que mede a pressão intraocular, examina a parte do segmento anterior e o fundo do olho. “No Vera Cruz Oftalmologia temos disponível exames para fazer de forma muito eficiente o diagnóstico e o acompanhamento da doença. Usamos um aparelho chamado Campo Visual, que mede a perda da visão do paciente e mapeia onde há dificuldade de enxergar; temos a tomografia de coerência óptica, que quantifica a perda dessas células responsáveis pela visão; a retinografia, que faz uma foto da estrutura do fundo do olho – o nervo óptico; e a paquimetria que mede a espessura da córnea”, explica.
Para controlar a doença, Gilberto mantém um controle rigoroso de cuidados com a higiene no entorno dos olhos e faz o uso constante de colírios indicados pelo médico, sempre adaptando horários e atividades para não comprometer o uso da medicação. “Não tenho medo da doença. Ao longo destes anos, as médicas e os médicos que me acompanharam conseguiram manter a pressão dos olhos em bons níveis na maior parte do tempo. E, com eles, aprendi a resolver problemas de vermelhidão nos olhos e nas pálpebras, secura nos olhos, tersóis. Sigo a vida me adaptando”, conclui.