Jornal de Campinas

Campinas convoca 529 pessoas para revacinação contra a dengue e covid

Pessoas que já tomaram a vacina devem aguardar aviso de retornar ao posto/Imagem divulgação

revacinação contra a dengue

Variação de temperatura pode comprometer completamente a estabilidade de uma vacina; especialista do Grupo Polar explica

Crédito da foto: Divulgação / Freepik

 

A Secretaria de Saúde de Campinas convocou 529 moradores para revacinação, após identificar oscilações de temperatura na câmara de conservação dos imunizantes no Centro de Saúde Sousas.
As pessoas foram vacinadas contra a dengue e a Covid-19 entre 25 de setembro e 6 de novembro de 2024. Segundo a Secretaria, a medida está sendo tomada após discussão com o Estado e o Ministério da Saúde “com objetivo de garantir a proteção adequada à população”.
Uma variação de temperatura pode comprometer completamente a estabilidade de uma vacina, por isso, é essencial garantir o controle rigoroso das condições de armazenamento para assegurar sua eficácia.
Muitas vacinas, como a Qdenga®, por exemplo, contra a dengue, são liofilizadas – ou seja, vêm em pó e precisam ser misturadas com um diluente antes da aplicação. De acordo com a bula, a vacina deve ser conservada sob refrigeração entre 2°C e 8°C. “Após o preparo, a solução reconstituída com o diluente deve ser utilizada imediatamente. Se isto não for possível, deve ser utilizada dentro de 2 horas. Após esse período, a vacina deve ser descartada. Não a devolva à geladeira”, ressalta a instrução. “Esse rigor é necessário para garantir segurança e eficácia”, explica a farmacêutica e gerente comercial do Grupo Polar, Viviane Aquino.
Outro ponto importante refere-se ao transporte. A vacinação domiciliar, por exemplo, é uma opção prática e confortável para muitas famílias, no entanto, o imunizante deve ser transportado em uma embalagem qualificada, como caixas térmicas de alta tecnologia, que mantêm a temperatura ideal e evitam as chamadas “excursões térmicas” – variações que podem tornar a vacina ineficaz.
A tecnologia aqui é um aliado poderoso, mas o cuidado humano também é essencial. A reconstituição da vacina só deve ser feita no momento exato da aplicação. Isso evita que o produto perca estabilidade antes de ser administrado, garantindo que a proteção contra a dengue seja completa.

 

“Quando o ambiente de vacinação é em casa, ele precisa ser preparado como se fosse uma pequena sala de imunização: limpo, livre de contaminação, com materiais descartáveis e – é claro – com a presença de um profissional capacitado. É ele quem garante a reconstituição e aplicação corretas, seguindo as orientações do fabricante. Além disso, a aplicação da Qdenga® é subcutânea, o que exige habilidade técnica para escolher o local correto e administrar a dose com precisão”, explica Viviane.

 

A farmacêutica aponta que se seguir as orientações de conservação não apenas evita desperdícios, mas também assegura o uso racional de recursos. “É fascinante pensar que cada dose passa por uma cadeia de cuidados tão rigorosa antes de ser aplicada. Desde sua fabricação até o descarte de doses não utilizadas, tudo é pensado para garantir que ela chegue ao paciente em sua forma mais eficaz”, esclarece.

 

 

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