Neste dia 11 de março, para celebrar o mês da mulher, a compositora e intérprete Bruna Volpi lança “Cala a Boca Já Morreu”, um samba manifesto que desafia as imposições históricas sobre o que uma mulher pode ou não pode fazer. Escrita por Bruna Volpi e musicada pelo maestro e multi-instrumentista Rildo Hora, a canção traz uma narrativa forte e representativa, que percorre desde a infância até a vida adulta, revelando como as regras sociais tentam moldar e limitar as mulheres em cada fase da vida.
“Com uma melodia envolvente e uma letra afiada, Cala a Boca Já Morreu não é apenas uma música, mas um grito de resistência. O título resgata a famosa frase, usada por gerações, para reafirmar que ninguém pode silenciar a mulher”, explica Bruna Volpi.
A artista, reconhecida por sua interpretação marcante da MPB e, principalmente, seu compromisso com o samba raiz, mais uma vez mostra que a música pode sim ser um instrumento de luta e de expressão.
A composição da letra questiona e, ao mesmo tempo, protesta sobre regras de comportamento impostas à mulher pela sociedade. “Cala a Boca Já Morreu chega para inspirar, provocar e, acima de tudo, ecoar as vozes de todas as mulheres que se recusam a se calar”, completa a cantora.
Rildo Hora, conhecido e importante maestro do samba, declarou que Bruna é “a maior cantora de samba da atualidade”.
Na agenda, Bruna Volpi já tem shows para os próximos meses entre eles, Sesc Carmo (28/03); no Fino da Bossa – Ela por Elas: A voz feminina da MPB, (dia 30/04) e Bruna Volpi e Rildo Hora homenageiam Beth Carvalho, dia 01 de maio (feriado), no Sesc Belenzinho.

Conheça mais sobre Bruna Volpi
Artista multifacetada e apaixonada pela música brasileira, Bruna Volpi iniciou sua jornada musical aos 8 anos de idade, com formação no Conservatório Musical de Tatuí (SP) e no Conservatório Musical Carlos Gomes, em Campinas, (SP). Além de seu estudo de canto e teatro, a artista também dedicou-se à fisiologia da voz, o que a tornou uma profissional completa.
Sua dedicação e talento foram reconhecidos em premiações ao longo de sua carreira: Prêmio de Melhor Intérprete no Festival da Canção de Andradas, homenagem com a medalha Carlos Gomes e os diplomas Noel Rosa e Guilherme de Almeida, concedidos pela Câmara Municipal de Campinas. Além de participações em shows de grandes artistas como Dudu Nobre e Xande de Pilares, e abertura para Toninho Geraes e Netinho de Paula.
Nascida em Campinas, ela escolheu morar em São Paulo há 4 anos, onde faz a maior parte dos shows em casas como Fino da Bossa, Ó do Borogodó, Bar Brahma e casas de samba em geral.
Discografia e grandes parcerias
Além de intérprete de consagrados nomes do cenário musical, é adepta da música autoral, Bruna Volpi lançou três álbuns e um EP, em parceria com Nelson Rufino, tendo mais de 40 canções divulgadas em todas as plataformas digitais.
Sua carreira como cantora é levada com seriedade e profissionalismo, pois ela já trabalhou com renomados produtores como musicais Arnaldo Saccomani e o maestro Rildo Hora.
Sucesso nas redes sociais
Em 2024, sua música “O Que é Puta Pra Você?”, parceria com Chiquinho dos Santos, viralizou no TikTok, alcançando mais de 6 milhões de reproduções.

Bruna Volpi – A Nova Voz do Samba
https://www.instagram.com/bruna.volpi/
Cala a Boca Já Morreu
(Bruna Volpi e Rildo Hora)
Menina não pode brincar de carrinho
Menina não pode falar palavrão
Menina não pode brincar de soquinho
Menina não pode ser levada não
São coisas assim q eu ouvia na infância
E que me faziam ficar a pensar
Será que isso tudo faz sentido?
Só por ser menina tenho que aceitar?
Mocinha não pode sentar de perna aberta
Mocinha não pode sair sem se arrumar
Mocinha não pode se mostrar muito esperta
Mocinha não pode não se pentear
Na adolescência me deram mais regras
E eu ficava confusa a me questionar
Porque é que devo seguir essa cartilha?
Me deixa ser livre deixa eu respirar
A mulher não pode querer ser solteira
A mulher não pode mãe não querer ser
A mulher não pode ter uma carreira
A mulher não pode nem envelhecer
Mais regras vieram e eu já tô cansada
De não poder ser nada do que eu planejei
Me diga então o que é que a mulher pode
Porque de “não pode” eu já me cansei
Mas eu to aqui pra ir contra o sistema
Ninguém vai dizer o q devo fazer
Se me contrariar vai arrumar problema
Não mexa com osso que é duro de roer
Ser mulher não me impede de nada
Quem manda na minha vida sou eu
Sou bem decidida, sou determinada
E o “cala boca” pra mim já morreu
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