Jornal de Campinas

Maestro, solista e programação fazem do concerto da OSMC ocasião especial

Cláudio Cruz já foi maestro da Sinfônica de Campinas e agora volta como convidado


Nos próximos dias 2 e 3, a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas realizará concertos com o maestro Carlos Cruz e a soprano Rosana Lamosa, ambos com vasto currículo, premiações e reconhecimento no Brasil e no exterior. Cruz tem atuado como regente convidado em orquestras internacionais e Rosana apresentou-se para o Papa Papa João Paulo II durante sua visita ao Brasil.

O programa traz obras de Maurice Ravel (‘Alborada del Gracioso’), Heitor Villa-lobos (‘Bachianas Brasileiras Nº5’ e ‘Violas’, de Miniaturas’), Johannes Brahms, (‘Sinfonia N. 2’). Como solista, a convidada é a soprano Rosana Lamosa. Os ingressos já estão à venda.


 

Soprano Rosana Lamosa (Divulgação-PMC)

As apresentações serão às 19h do dia 2, sábado, e às 10h do dia 3, domingo, no Teatro Municipal Castro Mendes, sob a regência do maestro convidado, Cláudio Cruz. Os ingressos estão à venda no  https://site.bileto.sympla.com.br/teatromunicipalcastromendes
e nas bilheterias do teatro para serem adquiridos de quarta a domingo, das 16h às 21h. Excepcionalmente para o concerto do dia 3 de abril, a bilheteria estará aberta às 9h.
 

Obras


A obra “Alborada del Gracioso”, de Ravel, é uma pequena peça orquestral que foi executada pela primeira vez em 1919 e faz parte de um dos cinco movimentos de sua suíte “Mirairs”. Esta peça foi criada originalmente para um balé, no entanto entrou para o repertório de concertos com muito sucesso.

 

As Bachianas Brasileiras, uma das composições do mestre Villa-Lobos mais conhecidas em todo mundo, é uma perfeita fusão entre o folclore brasileiro (a música caipira) e as formas pré-clássicas de Bach.
 


Com apenas dois movimentos, a famosa Aria ‘Cantilena’, foi composta em 1938, sobre texto de Ruth Valadares Corrêa, e teve sua estreia em 25 de março de 1939, no Rio de Janeiro, com a própria Ruth cantando sob a regência de Villa-Lobos. O segundo movimento, Dança ‘Martelo’, foi composto apenas em 1945, sobre texto do poeta Manuel Bandeira.
 


Outra peça de Villa-Lobos que faz parte do programa é ‘Violas’ de ‘Miniaturas’, uma das composições que fazem parte de um grupo de peças distintas com o nome de “Miniaturas”.

Considerado ainda em vida o maior compositor das Américas, Heitor Villa-Lobos escreveu cerca de mil obras e sua importância reside, entre outros aspectos, no fato de ter utilizado o folclore brasileiro em suas obras, tornando-se o maior expoente do nacionalismo musical brasileiro. Foi, também, por meio de Villa-Lobos, que a música brasileira tornou-se mundialmente conhecida.
 


Johannes Brahms compôs a Sinfonia nº 2 no verão de 1877 em uma cidadezinha da Áustria. Esta composição foi considerada breve quando comparada com a Primeira Sinfonia, que levou 21 anos para ser concluída. Seu clima alegre e quase pastoral levou alguns a compará-la com a Sexta Sinfonia de Beethoven, o que levou Brahms a escrever ao seu editor dizendo que sua sinfonia “é tão melancólica que você não será capaz de suportá-la. Nunca escrevi algo tão triste, e a partitura deve sair de luto.”


Cláudio Cruz
 

Cláudio Cruz é o regente titular e diretor musical da Orquestra Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo e recentemente foi também regente titular da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
 


Tem atuado como regente convidado de orquestras como a Sinfonia Varsóvia, New Japan Philharmonic, Hyogo Academy, Hiroshima Symphony, Vogtland Philharmonie (Alemanha), Jerusalem Symphony, Orquestra de Câmara de Osaka, Orquestra de Câmara de Toulouse, Sinfônica de Avignon, Northern Sinfonia (Inglaterra), Filarmônica de Montevideo, entre outras.

 

No Brasil, regeu a OSESP, Filarmônica de Minas Gerais, Sinfônica Municipal de São Paulo, Sinfônica do Paraná, Sinfônica Brasileira, Sinfônica de Porto Alegre, Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro, além de outras.

Participou de Festivais de Música no Brasil, como regente da Orquestra Acadêmica do Festival Internacional de Campos de Jordão em 2010 e 2011, e no exterior, no Festival de Verão da Carinthia (Áustria) e Festival Internacional de Música de Cartagena (Colômbia), onde atuou como camerista e regente convidado da OSESP.
 


Foi diretor artístico do Núcleo de Música Erudita da Oficina de Música de Curitiba de 2015 a 2017, regente e diretor artístico da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto e da Orquestra de Câmara Villa-Lobos. Com essas orquestras, gravou CDs com obras de Carlos Gomes, Beethoven, Mozart, Tom Jobim e Edino Krieger.
Atuou como diretor artístico e regente nas montagens das óperas Lo Schiavo, em Campinas; Don Giovanni, em São Paulo e Campinas; e Rigoletto e La Bohème, em Ribeirão Preto.
 


Cláudio Cruz foi premiado pela Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA); recebeu, também, o Prêmio Carlos Gomes, Prêmio Bravo, Grammy Awards entre outros.


Entre 1990 e 2014 ocupou o cargo de spalla da OSESP.
 


Solista Rosana Lamosa (soprano)
 

A carioca Rosana Lamosa é uma das mais importantes sopranos brasileiras, sendo reconhecida pela crítica e meio cultural que lhe agraciou com os Prêmios APCA (1996), Carlos Gomes (1998 e 2002) e a Ordem do Ipiranga (2010) no grau de Comendadeira.
 


Em sua carreira destacam-se os papéis de Manon, Melisande, Mimi, Violetta, Juliette, Marie (Fille du Regiment), Lucia de Lammermoor, Norina, Gilda, Rosalinde, Anne Truelove, Nannetta, Hanna Glavari, Micaela, Lucy, Condessa, tendo participado da primeira produção brasileira do ‘Anel do Nibelungo’, de Wagner.

 

Cantou ‘O Guarany’ em Lisboa, ‘Armide’ no Festival de Buxton, na Inglaterra, ‘Rigoletto’ nos EUA, e se apresentou também no Carnegie Hall de Nova Iorque, no Concert Hall de Seoul, e na China. Protagonizou as estreias brasileiras de ‘Magdalena’ de Villa-Lobos, ‘Alma’ de Cláudio Santoro e ‘A Tempestade’ de Ronaldo Miranda. Apresentou-se para o Papa João Paulo II durante sua visita ao Brasil, e na ‘9ª Sinfonia’ sob regência de Kurt Masur.

 

Sua discografia inclui a ópera ‘Jupyra’ com a OSESP (BIS), ‘Bachianas Brasileiras’ com a Nashville Symphony Orchestra (Naxos), ‘Canções de Amor’ como o pianista Marcelo Bratke (Quartz) e a ‘Missa de Nossa Senhora da Conceição’ com a OSB (Biscoito Fino).

 

Rosana participa da Oficina de Música de Curitiba desde 2018, como concertista e professora. Em 2020, coordenou a área de canto do Festival FIMUCA, o primeiro festival virtual de música erudita do Brasil. É doutora em Performance Musical pela Unesp, onde atualmente leciona.

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