O presidente da República, Michel Temer, e o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, estiveram em Campinas, nesta quarta-feira, 14 de novembro, participando da entrega da primeira etapa do projeto Sirius, do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM). A iniciativa, que coloca em funcionamento o novo acelerador de elétrons, contou também com a presença do prefeito de Campinas, Jonas Donizette, e outras autoridades como o presidente do Conselho de Administração do CNPEM, Rogério Cézar de Cerqueira Leite.
Durante a cerimônia, Michel Temer destacou a grandeza da inauguração e a conclusão do projeto que será um exemplo para todo o mundo. “Não é sem razão que cientistas estrangeiros têm vindo conhecer o projeto e até fixado residência em Campinas para levar os conhecimentos e experiências para o exterior. É um grande momento para a ciência brasileira, para os cientistas e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações”. Michel Temer também ressaltou a importância da inauguração para todos os que trabalharam para o sucesso do projeto bem como para o município de Campinas, o Estado de São Paulo e o Brasil. O prefeito de Campinas, Jonas Donizette, agradeceu o trabalho de toda a equipe responsável pelo projeto, em nome do diretor-geral do CNPEM, Antonio José Roque da Silva e de Cerqueira Leite. O prefeito também relembrou o pioneirismo de Campinas na área de ciência e tecnologia com o Instituto Agronômico, a Universidade Estadual de Campinas e outras instituições de pesquisa. “A coroação é a entrega deste grande equipamento para ciência e tecnologia. Essa obra não foi feita em época de fartura, portanto, tem um valor maior ainda porque as autoridades tiveram que priorizar os investimentos a serem feitos”. Jonas Donizette também salientou o trabalho feito pela Prefeitura, que realizou um estudo viário na área para que não houvesse nenhum tipo de trepidação na região, por causa das condições do projeto. Ele afirmou que a Administração Municipal continuará a “apoiar naquilo que for necessário para que o equipamento possa projetar Campinas para o mundo”.
O novo acelerador de elétrons é a maior e mais complexa estrutura de pesquisa do país e será colocada à disposição de pesquisadores do Brasil e do exterior. Esta primeira etapa compreende a conclusão das obras e a entrega do prédio que abriga toda a infraestrutura de pesquisa, além da conclusão da montagem de dois dos três aceleradores de elétrons. O terceiro acelerador – e também o principal deles – está em processo de montagem. A entrega da próxima etapa, prevista para o segundo semestre de 2019, inclui o início da operação do Sirius e a abertura das seis primeiras estações de pesquisa para pesquisadores. O projeto completo inclui outras sete estações de pesquisa (denominadas “linhas de luz”), que deverão entrar em operação até 2021.
Orçado em R$ 1,8 bilhão, o projeto Sirius é financiado pelo Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Projetado por brasileiros, teve até agora cerca de 85% de seus recursos investidos no país. Além da construção, foram estabelecidos contratos com mais de 300 empresas de pequeno, médio e grande portes, das quais 45 estão envolvidas diretamente em desenvolvimentos tecnológicos, em parceria com o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) e o CNPEM.
O Sirius ficará abrigado em um prédio de 68 mil metros quadrados (equivalente a um estádio de futebol). Sua estrutura foi projetada e construída para atender padrões de estabilidade mecânica e térmica sem precedentes. Iniciado em 2012, o Sirius é o maior projeto da ciência brasileira, uma infraestrutura estratégica para a investigação científica de ponta e para a busca de soluções para problemas globais em áreas como saúde, agricultura, energia e meio ambiente.
Será um laboratório aberto, no qual as comunidades científica e industrial terão acesso às instalações de pesquisa. O equipamento será composto por três aceleradores de elétrons, que têm como função gerar um tipo especial de luz: a luz síncrotron. Essa luz de altíssimo brilho é capaz de revelar estruturas, em alta resolução, dos mais variados materiais orgânicos e inorgânicos, como proteínas, vírus, rochas, plantas, ligas metálicas e outros. O equipamento é classificado como de última geração – até hoje, só há um outro comparável a ele em operação, na Suécia.
Situado em Campinas e supervisionado pelo MCTIC, o CNPEM tem quatro laboratórios que são referências mundiais e estão abertos à comunidade científica e empresarial: o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia de Bioetanol (CTBE) e Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano).