É o que revela o levantamento feito pela PwC Brasil sobre o mercado de Mergers and Acquisitions (M&A)
O primeiro semestre deste ano registrou 483 transações no País, volume 23% superior à média dos últimos 5 anos, de 392 fusões e aquisições. O aumento foi de 5% em relação ao mesmo período do ano anterior, com 462 negócios. Apenas no mês de julho, foram 88 transações, número 22% superior a igual mês de 2019, segundo levantamento mensal feito pela PwC Brasil sobre o mercado de Mergers and Acquisitions (M&A).
Conforme os especialistas da PwC Brasil, a quantidade de negócios anunciados em julho é semelhante à dos dois primeiros meses do ano de 2020 (89 em janeiro e 79 em fevereiro), demonstrando uma tendência de recuperação do mercado de M&A, muito afetado no período de março a maio pelos efeitos do COVID-19 e as medidas de contenção da pandemia no País.
A Região Sudeste mantém 66% do interesse dos investidores nos negócios anunciados. Com 321 transações até julho de 2020, apresentou aumento de 6% em comparação ao mesmo período do ano anterior (302). Em julho, foram anunciadas 56 transações no Sudeste, 4% superior ao apresentado em igual mês de 2019 (54). “O Estado de São Paulo concentra 53% das transações anunciadas até julho, representadas por 254 transações (ante 229 no mesmo período de 2019), sendo 220 na região metropolitana de São Paulo e 34 no interior paulista”, diz o sócio da PwC Brasil Mauricio Moraes.
Entre os exemplos de transações registradas no interior de São Paulo no primeiro semestre do ano estão a Valmont, empresa norte-americana de equipamentos de irrigação da marca Valley, que revelou a aquisição da Solbras, brasileira de energia fotovoltaica de São João da Boa Vista (sem valores anunciados); a Hapvida, operadora brasileira de planos de saúde, que adquiriu 85,7% do Grupo São José, de saúde suplementar no Vale do Paraíba, pelo valor de R$ 320 milhões; a AgroVen, venture capital brasileira, que fez aportou valor não revelado na AgroBee, agtech de Ribeirão Preto que conecta produtores e apicultores e oferece plataforma de gestão para polinização; a WEG, multinacional brasileira, que anunciou a aquisição de 51% da BirminD, startup de Sorocaba, de soluções de otimização industrial por meio de inteligência artificial, sem valores anunciados; a DaVita, rede norte-americana de tratamentos renais, por meio de sua subsidiária brasileira, que anunciou a aquisição da Pronomed, clínica de Campinas especializada em diálise, sem valores anunciados; e a Sterna Café, rede brasileira de cafeterias, que realizou a aquisição de 52,5% da unidade fabril da Flamy, rede de Hortolândia de franquias especializadas em bolos, doces e kits para festa, pelo valor de R$ 1 milhão.
O setor de Tecnologia da Informação (TI) mantém-se na liderança entre a preferência dos investidores, representando 36% do total transacionado no período acumulado até julho, com 172 fusões e aquisições, um crescimento de 26% em relação ao mesmo período de 2019, seguido pelo setor de serviços auxiliares, que registrou 40 transações, um aumento de 5% em relação ao mesmo período do ano passado ou 8% do total transacionado.
Até julho de 2020 houve um crescimento de 16% do interesse de investidores nacionais, com 348 transações, se comparado ao mesmo período de 2019. As transações envolvendo investidores nacionais representam 75% do total de aquisições e compras anunciadas. Já os investidores estrangeiros foram responsáveis por 118 das transações realizadas até julho de 2020, regredindo 11% em relação ao mesmo período de 2019 (132 transações). Estados Unidos, França e Canadá responderam por 48% do total de transações envolvendo capital estrangeiro.