Jornal de Campinas

Mulheres têm mais risco de sofrer infarto do que os homens

A quantidade de pessoas que sofrem com problemas cardiorrespiratórios no Brasil é tão significativa que sobram estatísticas para contar a história. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), são cerca de 400 mil mortes por ano. Além dos óbitos, há números expressivos sobre a quantidade de pacientes que sofrem de AVC e de infarto. E, sob essa óptica, se faz necessária uma atenção especial às mulheres.

As mulheres são o principal grupo de risco quando o assunto são as doenças cardiovasculares. Estimativas do Ministério da Saúde apontam que a probabilidade da mulher morrer de infarto é 50% maior quando comparada aos homens.

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O órgão de saúde ainda identificou que no Brasil 30% das mulheres morrem de doenças cardiovasculares. Já a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que as doenças cardiovasculares são responsáveis por um terço de todas as mortes de mulheres no mundo, o equivalente a cerca de 8,5 milhões de óbitos por ano, mais de 23 mil por dia.

Razões científicas

Existem razões científicas que explicam por que elas são o principal alvo. Antes de tudo, as mulheres têm artérias menos resistentes a obstruções do que os homens. Outro problema é a queda de estrogênio a partir da menopausa. O hormônio é um vasodilatador que faz o controle da quantidade de colesterol ruim nas artérias. Com a redução drástica da produção de estrogênio pelo organismo, a proteção arterial também se perde drasticamente, abrindo caminho para o entupimento.

Acrescente a tudo isso o sobrepeso, que também vem acometendo o público feminino, além da carga de estresse e o sedentarismo que fazem aumentar as chances de uma doença cardiovascular. Mas o que mais preocupa os médicos é o silêncio com que a doença incide nelas. Enquanto entre os homens há um alarme que soa em forma de dor aguda no peito, nos braços e na barriga, nas mulheres os sinais são mais sutis, e é preciso realizar exames mais específicos para identificar o problema.

Considerando que os problemas cardiovasculares surgem em circunstâncias inesperadas, como dentro de casa, na rua ou no trabalho, além de todas as medidas de prevenção, acompanhamento médico e adoção de hábitos de vida saudáveis, todos precisam se conscientizar da importância de dispor de um aparelho como o Desfibrilador Externo Automático (DEA) nos condomínios residenciais e comerciais e nos locais onde todos circulamos no dia a dia. Esse equipamento é capaz de “escanear” os batimentos cardíacos rapidamente, dando um diagnóstico preciso e, por conseguinte, caso seja identificada a necessidade clínica, disparando descarga elétrica capaz de regularizar os batimentos cardíacos.

O fato de estar propensa a riscos silenciosos de infarto faz com que a mulher necessite de recursos avançados ainda mais próximos de si para contornar eventuais problemas que podem leva-la até mesmo a óbito. Se a prevenção é o melhor remédio, é apropriado confirmar essa frase com outra tão conhecida quanto: uma mulher prevenida vale por duas.

O autor é Marco Antônio Marques Félix, médico geriatra, instrutor de Suporte Avançado de Vida pela American Heart Association e especialista da Cmos Drake – cmosdrake@cmosdrake.com.br

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