Jornal de Campinas

Projeto Cine DCult exibe Máquina do Desejo: 60 Anos do Teatro Oficina

Plateia curte uma apresentação do projeto

Projeto Cine DCult exibira produção de José Celso Martinez Corrêa – O Teatro Oficina, o diretor José Celso Martinez Corrêa e todo o elenco revolucionário da reconhecida companhia teatral paulistana foram parar na Sétima Arte. E qual o resultado dessa antropofagia cinematográfica? A resposta é certeira: o premiadíssimo documentário Máquina do Desejo: 60 Anos do Teatro Oficina (2021), assinado pelos diretores e roteiristas Joaquim Castro e Lucas Weglinski. Tal façanha será exibida na próxima edição do Projeto Cine DCult, realizada nesta terça-feira (4/10), às 18h, no Centro de Convenções da Unicamp. A entrada é franca.

 

Trata-se da segunda edição do projeto, que tem a coordenação da Diretoria de Cultura (DCult), vinculada à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (ProEC) da Unicamp. A primeira delas aconteceu em junho com a exibição do filme Summer of Soul (…Ou, Quando a Revolução Não Pode ser Televisionada), documentário do multiartista norte-americano Ahmir Questlove Thompson.

 

Para Cacá Machado, Coordenador Geral da DCult e professor do Instituto de Artes da Unicamp, “o Cine DCult funciona como um selo curatorial voltado à valorização da cultura do cinema e do audiovisual. Nosso objetivo é promover diversas ações, tanto nos campi da Unicamp quanto em outras universidades, equipamentos culturais e espaços públicos das cidades”, destaca Cacá.

 

Máquina do Desejo

 

A escolha pelo documentário Máquina do Desejo não foi aleatória. De acordo com Carol Cantarino, Coordenadora Adjunta da DCult, a exibição reafirma o papel da universidade como um lugar de valorização da diversidade. “Queremos oferecer ao público o contato com diferentes visualidades, não só aquelas a que estamos habituados com os filmes do streaming e do circuito comercial. Fazendo isso, valorizamos o cinema como uma experiência que nos oferece outros modos de perceber e sentir a realidade, e outras maneiras de nos relacionarmos com as imagens”, reflete Carol.

 

Em resumo, o documentário Máquina do Desejo, lançado durante o 26º É Tudo Verdade 2021, tem a importante missão de recontar na telona as mais de seis décadas de produção artística e ativa do reconhecido Teatro Oficina, fundado pelo diretor José Celso Martinez Corrêa e grandes nomes do teatro brasileiro, entre os quais Renato Borghi, Etty Fraser e Fauzi Arap, em 1958, em São Paulo.

 

“Trata-se de um importante grupo que, durante esses mais de sessenta anos, busca descobrir sua própria linguagem, uma linguagem realmente brasileira, e, para que isso aconteça, se constrói e desconstrói sucessivamente a partir de uma autocrítica voraz e de um compromisso com a invenção e a liberdade das quais jamais abriram mão e se tornaram os fundamentos do grupo”, avalia o diretor Lucas Weglinski.

 

Para narrar essa saga revolucionária, que marcou a história do teatro brasileiro com cores, sabores, texturas, encenações e provocações, o documentário lançou mão do precioso acervo audiovisual da Associação Teatro Oficina Uzyna Uzona, que, atualmente, está preservado no Arquivo Edgard Leuenroth (AEL), da Unicamp.

 

Máquina do Desejo busca esse corpo em terno processo, essa experiência de imersão e transe para levar o espectador a uma viagem pelos elementos criadores que orbitam esse cosmos que é o Oficina. Desejamos fazer do espectador um participante capaz de criar sua própria jornada pelas camadas que atravessam as engrenagens dessa grande máquina coletiva coroada pelo poder do desejo”, convida o diretor.

 

Vale ainda destacar que, ao mesmo tempo em que traça poeticamente a trajetória da companhia, o documentário, com 110 minutos, traz à tona vivências artísticas de figuras emblemáticas do cenário artístico do Brasil, como Caetano Veloso, Glauber Rocha, Lina Bo Bardi, Chico Buarque e Zé do Caixão.

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